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O DIABO DE CADA DIA (THE DEVIL ALL THE TIME)

Este filme é dirigido por Antonio Campos (americano apesar do nome), sendo roteirizado a partir de obra literária e ambientado nos idos de 1957, basicamente em uma cidadezinha de Ohio (400 habitantes), chamada Knockemstiff. Cidade pequena, costumes tradicionais do interior religioso americano, mas com vários e impactantes acontecimentos por debaixo das aparências, ligados ao crime e à corrupção e também fruto do fanatismo religioso, da fé desmedida e da ação dos exploradores da bondade e ingenuidade humanas. Também importante no enredo são os traumas da guerra, fato que faz a conexão do início com o final do filme e que fez com que Willard (personagem de Bill Skarsgârd) colocasse atrás da casa uma cruz, onde exercitava diariamente sua devoção religiosa, ensinando ao filho Arvin que o mal é permanente e está em toda parte -o que justifica o nome do filme. Predomina o estilo soturno, cru, forte/realista e por esse motivo não é um filme para todos os gostos, pela intensidade com que são expostas as cores de drama, acrescido de suspense e até de um pouco de terror. O elenco é muito bom, ainda mais considerando os fatos dramáticos: Tom Holland (Homem aranha…), Robert Pathinson (Crepúsculo), Mia Wasikowska (Segredos de sangue) e Jason Clark (A hora mais escura), entre outros. Curiosidade: o narrador da história é o próprio autor do livro, Donald Ray Pollock, escolhido pelo sotaque típico de Knockemstiff. Produção assinada pela Netflix.   8,2