NEWNESS

Uma produção Netflix com algumas cenas mais fortes (eróticas), mas que ficam em segundo plano diante do real interesse que o roteiro proporciona. Relacionamentos não são fáceis. Alguns são breves, outros duradouros, mas todos têm suas fases difíceis. Quando um casal resolve assumir um casamento aberto e propor que só a verdade seja dita, a que limites conseguirá chegar? É possível se viver a dois assim? O ser humano consegue assimilar a verdade sempre? A natureza do ser humano aceita ouvir relatos das intimidades do ser amado com outras pessoas, em nome da verdade? O cartaz do filme já antecipa a questão: pode o amor sobreviver a um casamento aberto? Este é um filme maduro, muito bem dirigido, editado e interpretado e que foge do padrão que transita pelas salas de cinema e de TV, enfocando o relacionamento moderno e de jovens, embora envolva temática universal. Porque as questões postas são maduras e transcendentais. Que inquietam desde sempre, conforme disse a escritora no encontro literário: “…E este casamento improvável entre o sentimento de pertencer e o sentimento de liberdade com uma pessoa é provavelmente o grande desafio do amor na era moderna”. A natureza do ser humano que a princípio a rejeita, não terá apreço irresistível pela monogamia? Como sobreviver aos dias que sucedem aos primeiros encantos de uma relação e que duram tempo limitado? Se a monogamia não for o limite, haverá paz algum dia? São reflexões, entre muitas outras que o filme propicia. Um dos melhores e mais profundos realizados com esse tema e que cada um vai receber à sua maneira, o que dependerá talvez de vários fatores, como visão de mundo, experiência de vida, conceitos sobre vários temas complexos… Embora soe, afinal, com muita eloquência uma das frases do filme: “amor é quando duas pessoas não desistem uma da outra…não deixam nas mãos do destino”. Um filme adulto e extremamente verdadeiro, com a cor da alma humana.  8,7