MINHA VIDA EM MARTE
Depois de “Os homens são de Marte…e é para lá que eu vou”, de 2014, a diretora Susana Garcia repete a dupla e o gênero, mas aqui com uma maior inspiração: tanto de roteiro (baseado em obra pessoal da excelente Mônica Martelli, a protagonista), quanto de interpretação, basicamente pela extraordinária empatia entre a atriz citada e seu parceiro Paulo Gustavo, que tem um desempenho também espetacular, ambos compondo personagens engraçadíssimos e que provocam risos e gargalhadas o filme todo. Também trabalha no filme o ótimo ator Marcos Palmeira, que no caso faz o marido da personagem de Mônica. Na parte final do filme, uma surpresa no desenlace da história (pelo menos para mim) e também uma homenagem inesperada mas muito importante aos laços da amizade, comparados ao verdadeiro amor. Se fosse para apontar defeitos, poder-se-ia dizer que as “sacadas” constantes e inesgotáveis talvez cansem ou retirem espaço da trama ou do lado carente e feminino que poderiam ser mais desenvolvidos dentro da história de um relacionamento em crise, ou, ainda, que os personagens muito semelhantes com o ator e a atriz na vida real retirem deles um pouco do valor…mas são detalhes e que acabam se desvanecendo diante do conjunto da obra. Pois o fato é que é uma das melhores comédias brasileiras dos últimos anos (senão a melhor) e que tem o mérito de nos fazer rir a maior ou grande parte do filme, apresentando um ritmo ágil e um texto inteligente e criativo, o que não é nada pouco. 9,0