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O SORRISO ETRUSCO

Aviso aos navegantes: 1) este é um filme sentimental, portanto devem fugir dele aqueles que não desejam se emocionar; 2) o título em português está expressamente rejeitado e quem desejar o busque, mas o conselho é que não o faça antes do the end: o título original é o do best seller em que se baseia o filme (de José Luis Sampedro) e não tem relação com o local de origem do protagonista, mas sim com uma obra que encontra em um museu e que acaba sendo muito significativa. O filme é sentimental, mas não é piegas, porque aborda seres humanos de carne e osso e situações cotidianas possíveis, tendo apenas um tema de fundo mais delicado. É uma obra com ótima e sensível direção dos cineastas israelenses Oded Binnun (ele) e Mihal Brezis (ela) e ótimo elenco, incluindo uma atuação impecável do premiado ator Brian Cox, conhecido ultimamente por sua atuação (e Globo de Ouro) na série Sucessão. A ação se passa basicamente em São Francisco e trata de relações humanas e familiares, de homens e mulheres, pais e filhos, avô e neto. Do presente e do passado, das fundamentais origens, da terra natal, dos costumes, das cicatrizes que ficam: do que pode e do que não pode mais ser remediado. O grande valor do filme é provocar emoções autênticas, humanamente genuínas. É uma história simples: um homem criado na região das ilhas da Escócia, envolto nas tradições de seu povo, quinze anos depois da última vez em que viu seu filho, resolve visitá-lo, à mulher dele e principalmente ao neto que ainda não conhece, nos Estados Unidos. E interessante: o lado mais cômico e que no entanto move fortemente o personagem do velho diz respeito a uma rivalidade que tem com um personagem de seu vilarejo, sendo inclusive seu grande desejo não morrer antes do desafeto. A partir daí, então, desenrolam-se todas as circunstâncias. De mais conhecidos no elenco, Rosanna Arquette, Treat Willians, Peter Coyote e Tim Matheson. Um filme feito e conduzido com leveza,  humanidade e que nos faz refletir um pouco, na medida em que nos deixa frente a frente com valores que parecem ser os que realmente importam na vida. 8,7