JACKIE BROWN
Este filme é de 1997 e seu roteiro foi adaptado de livro. Quem o escreveu e também dirigiu foi Quentin Tarantino, que já havia feito em anos anteriores Cães de aluguel, Amor à queima roupa, Assassinos por natureza e A balada do pistoleiro, todos de ótimo nível, principalmente os dois primeiros. Aqui, entretanto, embora se note em muitas cenas e enfoques a mão criativa e competente do diretor, o filme peca pela falta de maior originalidade, melhor desenvolvimento e apresenta uma primeira metade arrastada e em muitos momentos enfadonha, ficando uma obra muito distante das que viriam posteriormente, como Kill Bill 1 e 2, Bastardos inglórios, Django livre e principalmente Pulp fiction, sua obra-prima. Na minha opinião, este é o filme mais fraco do diretor, na verdade o “menos bom”, porque por menos interessante que sejam suas produções menores, ainda assim se encontram em patamar acima da média em relação aos filmes de mesmo gênero, neste caso o policial. Primeiro, porque o diretor é ótimo, segundo, porque a produção é sempre bem cuidada nos detalhes e terceiro, porque o elenco é invariavelmente talentoso e afinado, neste caso com Samuel L. Jackson desfilando suas aptidões para o “crime” (o que o consagraria em papel parecido, em Pulp fiction), em perfeita harmonia com ele Pam Grier (bela performance), Robert De Niro (que dispensa apresentações), Bridget Fonda e Robert Forster, que inclusive foi indicado merecidamente ao Oscar de Ator coadjuvante em 1998. De conhecido, também trabalha no filme Michael Keaton, mas sem qualquer destaque interpretativo. 7,8