EXTRAORDINÁRIO

Este é um filme (baseado em best seller) que tem muitos clichês (e que insistem às vezes em causar emoções). Inclusive o da família ideal, ou seja, como toda família deveria ser, se comportar, interagir. Um ideal que parece distante à grande maioria certamente, mas pensando bem não faz mal que sirva como parâmetro de algo a ser atingido. Porque é aquilo que todos desejaríamos para nossa família. Todos gostaríamos de ser assim, tão perfeitos e positivos. Porém, à parte tais considerações, as qualidades do filme prevalecem com sobras sobre os elementos de sempre e que são minuciosa e estrategicamente compostos para comover o espectador (combinação de história, imagens e música etc.). Porque o diretor Stephen Chbosky (“A bela e a fera”, “As vantagens de ser invisível”…) conseguiu retratar com muita sensibilidade não só os problemas e o sofrimento da infância e pré-adolescência (buylling incluído com intensidade), com foco no personagem principal, mas também mostrar que também têm problemas os demais membros da família, assim como os amigos, dando ênfase especial a esse aspecto e com isso acrescentando ao filme outras importantes dimensões. Assim, o que poderia ser apenas um drama sentimentalóide, propicia a quem se deixar levar pela viagem além de muitas emoções, também matéria para reflexões e aprendizado, enfatizando o amor, a solidariedade, o otimismo e discutindo inclusive sobre a necessidade de amadurecimento pessoal e social. Além da presença meteórica de Sônia Braga, o elenco é integrado pelo correto Owen Wilson (que trabalha bem todos os seus papéis, mas parece sempre o mesmo), pela irmã do personagem, a atriz Izabela Vidovic, mas os destaques são o ator Jacob Tremblay, que havia protagonizado “O quarto de Jack” e aqui interpreta o maravilhoso Auggie e Julia Roberts, que faz a mãe do garoto e com ele é responsável por grandes e emocionantes passagens. O filme tem uma belíssima fotografia e muitas cenas arrebatadoras. Vale a pena.  8,8