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NO RITMO DO CORAÇÃO (CODA)

O problema deste filme é ser um remake do filme francês “A família Belier”, de modo que aqueles que já assistiram ao original facilmente desvendarão todos os pontos da trama. Todavia, é tão bem adaptado para a cultura americana, que mesmo os que assistiram ao original francês, desavisados, podem demorar para reconhecer se tratar da mesma história. E com isso dela desfrutar. O mérito é do roteiro, da direção e também do elenco, comandado pela talentosa Emilia Jones, que brilha o tempo todo, deixando claro e pungente o conflito familiar-pessoal da sua personagem, o qual acaba sendo o ponto central do filme. Ela, na verdade, é a única pessoa “normal” em uma família de surdo-mudos (que trabalha no ramo da pesca, no litoral Nordeste dos Estados Unidos – Massachusets na verdade) e o título original do filme significa justamente Childreen Of Deaf Adults– CODA. A história é bem roteirizada, dirigida, editada e passa muitas emoções ao espectador, notadamente porque também envolve o universo da música e a questão da vocação como opositora do destino programado. Também fato interessante é que a mãe é interpretada pela atriz Marlee Matlin, que ganhou o Oscar em 1986 pelo filme Filhos do silêncio e que é surda na vida real. O filme tem humor, drama e emoção com suas boas doses de delicadeza e sensibilidade, mérito também da ótima diretora Sian Heder, que imprime um ritmo envolvente ao drama. 8,6