COMO VENDER A LUA (FLY ME TO THE MOON)

Alguém chamou de “improvável” que a dupla de protagonistas pudesse funcionar romanticamente, pois se trata de Scarlett Johansson de um lado e Channing Tatum do outro. Mas ambos vão bem, com a óbvia vantagem para ela, que além de muito melhor atriz é também uma figura bela, carismática e charmosa. E o tom da comédia se mantém com bastante firmeza mas naturalidade, inclusive pela ótima direção de Greg Berlanti (Dawson´s Creek, Everwood, Flash, Supergirl) e a harmônica atuação do elenco, que além dos dois citados apresenta, entre outros, o sempre excelente Woody Harrelson com sua carranca divertida. Entre idas e vindas e um roteiro bem construído, o filme brinca com a teoria da conspiração que envolve Armstrong, Aldrin e Colins na famosa viagem da Apolo 11 e notadamente quanto à descida do homem à lua e nisso passa, em sua segunda e ótima parte, a ser mais do que uma comédia, mas um enredo com certo mistério a prender o espectador também pela curiosidade quanto ao desdobramento da trama. Interessante que milhares de pessoas realmente acreditam que tudo consistiu em uma fraude, pois na corrida espacial valia tudo e para os EUA era questão de honra mandar um homem para a lua antes dos russos, que antes haviam posto o primeiro ser humano no espaço. Essa meta foi inclusive objeto de um discurso no início da década 60 do Presidente Kennedy, que enfatizou a necessidade de que o fato ocorresse antes do final da década. Entretanto, essa teoria de que as imagens da chegada do homem à lua foram produto de uma montagem cinematográfica extremamente bem feita e coordenada em um galpão da NASA é totalmente rejeitada pela comunidade científica, que tem a seu favor a pegada de Armstrong na lua, o mapeamento da superfície lunar realizado em 2009 e que confirmou todos os sinais da descida, todo o aparato do retorno da viagem ao espaço e os fatos posteriores, inclusive entrevistas, livros, reações, a cobertura da mídia, a falta de uma denúncia mais séria e contundente a qualquer tempo e, por fim, a própria atuação dos soviéticos, que jamais passaram de alegações quanto a tais fatos. Seja como for, mais do reviver as polêmicas, o importante aqui é descontrair e aproveitar com descontração o divertimento. 8,5