Imprimir Shortlink

A VISITA

O nome do filme já diz tudo e essa visita se refere ao retorno à cidadezinha de uma antiga moradora, que agora está milionária, não sendo difícil deduzir que tal fato causa uma grande comoção. Mas não se sabe de início a razão de após tanto tempo ela desejar rever a “aldeia”, o que será desvendado em poucos minutos de filme e o motivo vai pautar dramaticamente toda a história, com muitos acontecimentos tensos e inesperados, alguns até de difícil controle. O filme fala de nostalgia, de paixão, de vingança, de ambição e principalmente do poder de compra do dinheiro e da manipulação das pessoas. Há uma ou outra inconsistência do roteiro, mas no geral o enredo é bem desenvolvido e bem intencionado, com a mensagem (com uma ou outra surpresa) superando a realização. Além do roteiro interessante, seu maior trunfo são os protagonistas: o aclamado Anthony Quinn e a sempre maravilhosa Ingrid Bergman, aqui em um papel bem diferente dos costumeiros. Ambos grandes astros e com a mesma idade de 49 anos, ela tendo sido protagonista de grandes filmes como Quando fala o coração (1945), Interlúdio (1946) e principalmente o inesquecível Casablanca (1942); ele, que no mesmo ano faria Zorba, o grego e alguns anos depois 25ª hora e As sandálias do pescador, já tinha muitas belas obras no currículo, como O corcunda de Notre Dame (1956). Este filme de 1964 é uma co-produção dos EUA, Itália, França e Alemanha, foi indicado ao Oscar de melhor figurino em preto e branco e Bernhard Wicki (O mais longo dos dias) a Melhor diretor em Cannes. A obra original em que o filme foi baseado se chama “A visita da velha senhorae é uma peça teatral alemã. Como curiosidade, contam que William Holden estava ansioso para contracenar com Ingrid Bergman (1915-1982), mas quando Anthony Quinn (1915-2001) comprou os direitos, acabou ele mesmo assumindo o personagem. 8,6