A DIVORCIADA (THE DIVORCEE)
Este é um filme de 1930, com muitos diálogos e cenas de som (em duas festas), lembrando que o cinema estava nos primeiros anos da “era do cinema falado”, que historicamente iniciou em 6 de outubro de 1927, com o filme “O cantor de jazz”, com Al Jolson, que foi o primeiro a mostrar cenas faladas e cantadas, apesar de também ter algumas cenas mudas. É um filme bem produzido e com um roteiro muito bom, discutindo o machismo (e o feminismo também) em plena década de 30, com ótimos diálogos e alguns temas ousados para aquela época, principalmente a conduta e os sentimentos liberais da personagem muito bem interpretada por Norma Shearer, que foi uma famosa atriz desde a década de 20 (já havia feito, no momento deste, uns 30 filmes), ganhando o Oscar de Melhor atriz por este filme, em 1931. A atriz, canadense naturalizada americana, tornou-se conhecida como a Primeira dama da MGM, pois se casou com um dos mais poderosos executivos e um dos responsáveis pela prosperidade da poderosa empresa naquelas décadas: Irving Thalberg. O filme também concorreu aos Oscars de Melhor filme, diretor e roteiro adaptado. Também participa do elenco Robert Montgomery (Don), que teve uma bela carreira no teatro (vencedor do Tony por uma peça na Broadway), na TV (onde fazia um programa que ganhou o Emmy) e no cinema (como ator e diretor), tendo sido indicado duas vezes ao Oscar: foi presidente da Screen Actors Guild e pai da atriz Elizabeth Montgomery, que ficou famosa no papel de Samantha Stevens, na série de TV “A feiticeira”. O filme é bem interessante, envolvente, curiosamente apresenta a execução rápida e surpreendente da música Singing in the rain (que na verdade foi composta entre 1927 e 1929 e não para o filme de mesmo nome, de 1952, por meio do qual passou a ser mais conhecida) e mostra uma visão de casamento também avançada (como instituição que se desgasta), embora forneça ao espectador alguns bons alentos de esperança. 8,5