OS CRIMINOSOS NÃO MERECEM PRÊMIO (THE PRIZE)
Este filme foi feito em 1963, época da Guerra Fria e em que tudo o que os EUA faziam era ufanista: entre personagens de várias nacionalidades, por exemplo, o americano é naturalmente o mais interessante, o “herói”, o alvo das maiores admirações e homenagens, sendo os demais meros coadjuvantes de seu fascínio e poder. Outro detalhe do filme é que o roteiro revela rapidamente o fato que poderia ser sua maior atração, caso permanecesse o mistério: ou seja, conta de cara seu maior segredo, deixa transparente algo que se bem trabalhado poderia tornar o filme muito mais interessante. Desse modo, as atrações do filme acabam se concentrando basicamente em partes da ação e da tensão, além de, é claro, no charme do ator Paul Newman, na beleza da atriz Elke Sommer (e de uma ou outra) e na presença do ótimo Edward G. Robinson e do também veterano Leo G. Carroll, que um ano depois faria um papel fixo na série O agente da UNCLE. O filme tem um visual que chama a atenção e gira em torno da polêmica figura do personagem de Paul e de uma trama criminosa, que, conforme já dito, tem seu principal elemento revelado já de início, infelizmente. Mas acaba sendo um filme charmoso, com bom ritmo e que, apesar de sua banalidade, mantém o espectador interessado, tendo sido baseado em obra literária de mesmo nome (“O prêmio”), escrito por Irving Wallace – mas nesse ponto, em todos os sentidos, fica a anos-luz distante do livro. 7,9