O CASO RICHARD JEWELL

Este é o mais recente filme produzido e dirigido por Clint Eastwood (janeiro de 2020), por esse motivo sendo uma direção sem ressalvas, com muita delicadeza, momentos de emoção, enfim, o padrão de qualidade desse notável cineasta (após se notabilizar pelos inesquecíveis westerns na carreira de ator). Tem como protagonistas Sam Rockwell e Paul Walter Hauser, este em excelente atuação, da mesma forma Kathy Bates, como sempre, aliás. Além deles, as presenças de Olívia Wilde e Jon Hamm (Mad man), entre outros. Mas o destaque da história, que envolve um atentado a bomba na época de uma olimpíada americana, não é o fato em si da violência terrorista. O filme enfoca as consequências na vida das pessoas, principalmente do suspeito, a partir da atuação da mídia e do FBI. Nesse sentido, sentimos em muitas cenas a amplitude dos fatos e de uma investigação aprofundada do governo, cabendo a pergunta sobre se poderia ser de outra forma ou se não há alternativas menos invasivas, menos avassaladoras até, em certos momentos. Do mesmo modo, a mídia é questionada enfaticamente e nesse ponto a resposta ou os excessos parecem ser oferecidos de modo mais fácil e pronto para o espectador. Mesmo assim, não há como deixar de sentir a dignidade das pessoas profundamente atingida. Apesar da temática, do elenco e do diretor, todavia, não é um dos trabalhos mais inspirados de Clint, faltando alguns ingredientes difíceis de identificar à primeira vista. Mas perceptíveis e que não fazem o filme empolgar ou emocionar, globalmente, como poderia ou mereceria.  7,7