O RELÓGIO VERDE (THE BIG CLOCK)
Este filme de 1948 bem poderia ter sido dirigido por Alfred Hitchcock, tendo um desenvolvimento de filme de suspense e alguns elementos de cinema noir. Porque tem um ótimo elenco e uma trama muito bem costurada, uma história repleta de fatos engenhosos, inteligentes, reviravoltas, mistério, com isso despertando grande interesse no espectador, principalmente quando o protagonista desempenhado por Ray Milland (Farrapo humano) assume posições totalmente antagônicas na mesma investigação, que é quando o filme apresenta seus momentos de maior tensão. O antagonista permanente desse personagem, George Stroud (o homem que precisa tirar férias), é seu chefe, o ambicioso e megalomaníaco personagem feito por Charles Laughton (Testemunha de acusação), marido de Elsa Lanchester, que também trabalha no filme, fazendo papel da pintora que vira testemunha. O ritmo do filme é eletrizante mas equilibrado, não havendo, de outro lado, queda na qualidade do roteiro. Não é de Hitchcock, conforme dito no início, mas é muito bem conduzido por John Farrow, pai de Mia Farrow e marido de Maureen O´Sullivan (a eterna Jane do Tarzan), a qual também está no elenco, como esposa de Stroud. Um filme indicado a vários prêmios e, segundo dizem, que inspirou um ou mais filmes mais recentes do cinema. Contudo, há opiniões bem diversificadas a respeito dele, havendo quem o tenha achado mal concebido ou mal adaptado do roteiro ou até mal dirigido. Polêmicas, à parte, o título em português desta vez não andou mal, tendo perfeito sentido com aspectos importantes do enredo. 8,7