THE GIRL IN THE BOOK
Emily Vancamp (Revenge) protagoniza este drama, que aos poucos vai revelando sua densidade e que apresenta diversos flash back de 15 anos antes. O detalhe é que a atriz que interpreta Alice na adolescência não tem nenhuma semelhança com ela adulta, o que pode confundir o espectador no início. Mas só por alguns minutos, pois depois se percebe facilmente tratar-se da mesma personagem, filha de um escritor e funcionária de uma editora de livros. A chave do filme é o segredo de Alice e que se consegue também intuir, embora também não demore tanto assim para ser revelado. Trata-se de um fato grave, da maior importância social, mas não tão incomum quanto se pensa. E que assim como tantos outros traumas, gera consequências bastante contundentes na vida pessoal da vítima. E é algo difícil de expor, de modo que além de sofrer com as “sequelas”, o sofrimento é maior pelo segredo guardado. Ao mostrar o fato, ficamos chocados, mas o peso maior se dá quando vemos as decorrências psicológicas provocadas e as demais que delas derivam, principalmente a dificuldade que a vítima tem de superar algo tão forte e perturbador. Há também uma mensagem sutil no filme aos pais desatentos…sem a sensibilidade para perceber e ouvir seus filhos. Muito boa Emily Vancamp, mas a atuação do sueco Michael Nyqvist também é bastante convincente (Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo, A rainha do castelo de ar...). O filme termina de uma maneira bastante interessante, inclusive mostrando de forma criativa mais um caminho de expiação/redenção. 7,7