ROMA CIDADE ABERTA (ROMA, CITTÀ APERTA)
Este é um filme considerado clássico na história do cinema porque oficialmente foi o que, em 1945, introduziu o neorrealismo italiano, muito embora muitos tenham atribuído essa origem ao filme “Obsessão” de Visconti, realizado dois anos antes e outros defendam que esse “movimento” já tinha representantes na década de 30. Seja como for, este foi o filme que acabou ganhando maior destaque e inclusive alguns prêmios, inclusive em Cannes e concorrido no Oscar 1947 na categoria de Roteiro adaptado. Dirigido por Roberto Rosselini, é uma obra que embora não tenha tanta atualidade e tenha envelhecido um pouco com o tempo, ainda guarda, quase 90 anos depois, alguns elementos poderosos, principalmente por retratar os horrores da Ocupação Nazista em Roma enquanto ainda não havia terminado a Segunda Guerra: o filme retrata a opressão do regime nazista (que se arvorava como uma “raça superior”) e o terror imposto no ano de 1944, sendo que desde o ano anterior Roma havia sido declarada “Aberta” para evitar os bombardeios aéreos. Curiosamente, mas por motivos facilmente dedutíveis, no início do filme é ele anunciado como uma obra de ficção e que qualquer semelhança com a realidade seria mera coincidência (fato naturalmente risível hoje em dia). Além da denúncia que traz, o filme tem como qualidades que ainda perduram parte de sua narrativa, algumas cenas específicas (a mulher sendo baleada, de tortura…) e a maior parte das interpretações, principalmente as de Aldo Fabrizi (o sacerdote), Marcelo Pagliero (líder da resistência) e Anna Magnani (Pina). 8,5