O MOÇO DE FILADÉLFIA (THE YOUNG PHILADELPHIANS)
A Filadélfia é uma cidade tradicional, a maior do Estado americano da Pensilvânia, sendo conhecida também por sua rica história: ali foram assinadas a Declaração da Independência e a Constituição e em 1740 Benjamin Franklin fundou a Faculdade da Pensilvânia (que virou Universidade em 1765). Envolvendo famílias tradicionais e também mais humildes, este filme de 1959 (cujo cartaz é de péssimo gosto) é bem acima da média, com ótima direção e ritmo na condução de Vincent Sherman (ator e diretor, inclusive de séries de TV, como Os Waltons e Baretta), enfocando a origem e a trajetória do personagem interpretado por Paul Newman (supostamente de origem tradicional – mas esse é um segredo, mantido ao longo do filme, mas não do espectador), que deseja ser advogado e que enfrenta não apenas questões sociais e amorosas, como éticas da profissão ao longo do seu percurso. É um drama com toques românticos e desenvolve bem os personagens, quanto a seus caminhos, seus sonhos, suas obsessões e os referidos conflitos profissionais, tendo ainda as sempre empolgantes cenas de tribunal. Newman, jovem e já carismático e Bárbara Rush da mesma forma jovial e talentosa, estão no auge da beleza, sendo também ótimos intérpretes, o mesmo ocorrendo aqui com Robert Vaugh (O agente da UNCLE dali a uns anos), que inclusive foi indicado ao Oscar de Melhor ator coadjuvante, em um papel que começa sem muito destaque, mas que adquire relevância ao longo da história. O filme também teve mais duas indicações ao Oscar: Figurino e Fotografia em P&B. Brian Keith e o restante do elenco também desempenham muito bem e é de se registrar a presença meteórica de Adam West (futuro Batman da TV). É um roteiro dos chamados “bons tempos”, consistente, rico e imprevisível, portanto muito interessante para se degustar. 8,7