O FEITIÇO DO TEMPO (GROUNDHOG DAY)
Este filme está incluído em algumas listas como um dos 100 melhores do cinema e é uma comédia (claro que com temas sérios inseridos). Naturalmente está entre as melhores comédias que o cinema já fez e interessante que no início as críticas eram mornas ou modestas e apenas com o tempo o filme foi agradando e cada vez mais tornando-se o favorito das pessoas, inclusive tendo virado um cult, que a TV reprisa de tempos em tempos e o faz inúmeras vezes. No último dia 2 de fevereiro, por exemplo, o canal a cabo Paramount fez uma maratona com o filme e não passou nenhum outro entre às 6 horas da manhã do dia 2 até às 6 horas da manhã do dia seguinte, em homenagem ao brilhante roteiro, que a partir de um loop de tempo (uma armadilha do tempo para o protagonista Phil) constrói várias situações espetaculares, inclusive em nível romântico, trazendo ao final importantes mensagens para o espectador, inclusive ao propor importantes reavaliações pessoais. O citado dia 2 de fevereiro corresponde ao Dia da marmota (que é o título original do filme – e no caso, o título em português caiu bem), comemorado na cidade de Punxsutawney na Pensilvânia (que fica a 120 km de Pittsburgh), no qual uma marmota, cercada por pompas e circunstâncias – solenidades cívicas de toda a cidade, com cobertura de rádios e TVs-, é liberada de sua hibernação, com a fama e o dom de prever a chegada da primavera (o comportamento da marmota irá indicar se o inverno continua ou não). Bill Murray interpreta um repórter de TV que vai com a equipe fazer a cobertura desse dia especial para a cidade e para o folclore do Estado e do país e a partir dele e do fato toda a história acontece, de uma maneira absolutamente criativa, a partir de um fato real (porque o Dia da Marmota é uma tradição centenária da referida cidade). Ele é um arrogante e egocêntrico meteorologista e também fazem parte da equipe a graciosa repórter interpretada por Andie Mac Dowell e o cinegrafista vivido por Chris Elliot, sempre cômico por natureza. É um filme cativante e uma história maravilhosa, que mostra a importância de o ser humano deixar de ser engessado, em outras palavras, evoluir e ser útil fazendo o bem aos demais. No caso, a maneira de contar a história é marcante e especial e por isso o filme parece não envelhecer: foi produzido em 1993, mas não são poucos os casos de pessoas que já o viram inúmeras ou incontáveis vezes. Parece realmente ser algo a ser revisto de tempos em tempos, porque de fato é feito com os ingredientes certos para o puro deleite dos espectadores. O ótimo diretor é Harold Raimis (Os caça-fantasmas, Férias frustradas, Clube dos pilantras, Ligeiramente grávidos, Melhor é impossível…), que inclusive atua no filme, como o neurologista. O filme ganhou alguns prêmios de melhor comédia e até de roteiro, o que não é comum no gênero (inclusive o Bafta, Oscar inglês, de melhor roteiro). 9,0