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MARTY

Um filme de 1955, estrelado pelo ótimo Ernest Borgnine e que teve simplesmente 8 indicações ao Oscar, perdendo nas de Melhor Ator Coadjuvante (Joe Mantell), Atriz coadjuvante (Betsy Blair) e Direção de arte e Fotografia em P&B. Mas ganhando em quatro poderosas categorias: Melhor filme, Melhor diretor (Delbert Mann), Melhor ator e Melhor roteiro. É a história de um açougueiro descendente de italianos e solteirão, razão da expectativa e cobrança da mãe e da própria sociedade para que proceda como manda o figurino e se case. A pressão familiar e social vista sob a perspectiva do homem e no caso exercida sobre alguém simples, desprovido de beleza e tímido, sendo que esse olhar do filme é dado de forma singela e que se fortalece pela intensa  interpretação de Borgnine, acostumado a outros tipos de personagens, pelos quais ficou conhecido na carreira e que aqui deriva em sentido totalmente oposto e entrega alguém com grande recato e sensibilidade, acostumado a sublimar decepções e frustrações. O filme é um drama, com alguns tons de comédia, mas o tema é abordado de maneira franca e que algumas vezes perturba. O final pode ser questionado e em uma duração não usual para a época (apenas 90 minutos), mas foi um dos poucos a ganhar ao mesmo tempo o Oscar e a Palma de Ouro (Cannes). Um bom trabalho, mas -apesar de tudo o que foi dito- uma trama simples e que na verdade não causa grande impacto ou especial fascínio, tendo sido a meu ver supervalorizado pela quantidade de prêmios que recebeu.  7,9