MOONLIGHT
Talvez ocorra com mais gente, mas eu senti a verdadeira força desse filme logo após o seu final. Por sinal, uma cena magnífica, inclusive plasticamente, que arremata repleta de sentidos. Não que não tenha sido consistente ao longo de sua duração, mas só depois do fim é que consegui – ou tentei – reunir todos os pedaços, entender e perceber a coerência e a beleza dos elementos (as partes em que o filme é dividido, as críticas sociais, a lógica do destino do personagem, segundo sua origem e experiências), apesar de dolorosas. Muito doídas em diversos momentos. Algo que não vai agradar a todos os públicos certamente. Pois é um drama pesado, com temáticas delicadas e bastante incômodas. Mas que soam aqui muito verdadeiras, nos seus enfoques de muita intensidade, mas também sensibilidade…qualquer pista a mais será spoiler… Não é de fácil digestão, mas o fato é que é justamente esse seu merecimento, o de escancarar fatos, sendo um trabalho de extrema competência do diretor Barry Jenkins. Basta dizer que o filme concorre ao Oscar nas seguintes categorias: filme, direção, atriz coadjuvante (Naomie Harris), ator coadjuvante (Mahershala Ali), roteiro adaptado, trilha sonora, fotografia e edição (montagem). 8,5