FENCES (CERCAS)

Este é um drama pesado, que se passa praticamente em um só local e com poucos personagens. A história é muito bem contada, mas não tem muito de original, já que vista antes, sob várias roupagens, em muitos outros filmes americanos. Ocorre que é daqueles casos em que o elenco é tão bom – principalmente o par central -, que a história dos personagens assume um plano maior do que a falta de criatividade do roteiro. Trata-se de Denzel Washington (que também dirige) e Viola Davis, os quais embora já consagrados por excelentes interpretações em diversas obras de cinema e tv, desta vez assumem papéis bem diferentes e nessa perspectiva se conduzem de forma magistral, transmitindo ao espectador toda a verdade dos seus personagens: em suas vidas de riquezas insuspeitas, apesar das aparências; de conflitos comuns, mas com uma força admirável, de orgulho e raça pela luta, pela mera alegria da existência/sobrevivência. E com todo o respeito, não dá para comparar a atuação de Ryan Gosling em La la land com a de Denzel neste filme: Ryan é um ator muito bom, mas no referido filme não tem uma atuação tão marcante como em outros (Drive, por exemplo); e, bem ao contrário, Denzel aqui apresenta uma de suas melhores atuações e se mostra nesse particular anos luz à frente do concorrente, que tem ganho prêmios mais pela magia do filme, do que por méritos. Em suma, um filme que não vai ser do agrado de muita gente, mas que vale a pena ser visto pela soberba atuação de seus protagonistas. De todo modo, além de Melhor ator e Melhor Atriz Coadjuvante (coadjuvante??? certamente arranjo político para premiar outras atrizes além de Viola), o filme concorre aos óscares de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. O título é perfeito !   8,0