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O GUARDIÃO DE MEMÓRIAS (THE MEMORY KEEPER´S DAUGHTER)

Filme de 2008 baseado em best-seller (da escritora Kim Edwards) que vendeu mais de três milhões de exemplares. É um drama sentimental que poderia perfeitamente ser piegas e/ou banal se não fosse a sensibilidade da direção e a qualidade da produção, inclusive do elenco comandado pela excelente Emily Watson e Dermot Mulroney, o qual interpreta um médico que também é fotógrafo…no início do filme a narração em off informa que a origem da palavra câmara em latim é a mesma de quarto, ou seja, um local onde toda pessoa tem segredos guardados…o que é perfeito com o que se vai ver no filme. 8,5

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O HOMEM DE LA MANCHA

Não é fácil levar à tela a história de Don Quixote de La Mancha com todas as suas nuances: a escolha da loucura para combater as injustiças do mundo, nas figuras do cavaleiro errante, de seu fiel escudeiro Sancho Panza e da “Senhora” Dulcineia, na época da Inquisição Espanhola. Mas neste filme de 1972 Arthur Hiller foi muito feliz na direção, conseguindo transmitir toda a beleza e a mensagem humanitária e filosófica extraída do livro. James Coco está ótimo, Sophia Loren linda e maravilhosa, mas Peter O´Toole é quem propicia a mais contundente visão desse fantástico personagem de Miguel de Cervantes nas telas: está simplesmente magistral. Possivelmente a melhor interpretação de sua carreira. E a trilha sonora, que encontra seu ápice na emocionante e fantástica “ The impossible dream”, dá o tom certo para este musical, que é também, drama, aventura e comédia. Da metade para o fim principalmente o filme é irretocável e a emoção aflora a cada minuto, refém ora da fragilidade, ora do vigor, emprestados não apenas pelo enredo, mas pelo virtuosismo de seu protagonista. Um clássico e que deve ser visto por todas as gerações. Curiosamente, para o Oscar de 1973 Peter O´toole não foi indicado ao prêmio de Melhor Ator por este filme e sim por A classe dominante (onde também brilhou, como sempre)…talvez para não dificultar as  coisas, já que Marlon Brando também concorreu e inclusive ganhou pelo O poderoso chefão. E  O Homem de La Mancha não ganhou um Oscar sequer em um ano que foi também de Cabaret, este já esquecido pela maioria do público… 9,2

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A DAMA DE FERRO

Meryl Streep, que já deveria ser hour concours, constrói aqui mais um personagem memorável. Só não ganhará o Oscar de 2012 por questões…políticas. Trata-se da biografia da ex-Primeira Ministra Britânica, Margareth Thatcher, mostrando aspectos interessantes e importantes de sua vida e como ela interferiu nos destinos da Inglaterra e o que ela, afinal, representou para seu país. O personagem ainda hoje desperta debates, assim como várias facetas suas, mostradas no filme, geraram polêmicas. Apesar disso tudo e do capricho da produção, pelo tema e pelo clima, o filme seria até enfadonho não fosse a brilhante e carismática performance da atriz.  8,0

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AS DIABÓLICAS (LES DIABOLIQUES)

Filme francês de suspense e mistério (com crime), um noir,  datado de 1955, com Simone Signoret, Véra Clouzot (esposa do diretor Henri-Georges Clouzot), Charles Vanel e Paul Meurisse…Mesmo quem já sabe da história – por ter visto a versão posterior, Diabolique, feita em 1996, com Sharon Stone e Isabelle Adjani -, não vai deixar de admirar essa obra  pela sua atmosfera, pelo jogo de luzes e sombras, pelos detalhes que acentuam a trama e o preto-de-branco, pelo suspense, tudo contribuindo para que o filme fosse na época uma espécie de “cult”.  Curiosamente, a atriz Vera Clouzot, brasileira e filha do escritor e diplomata Gilberto Amado, morreu ainda jovem… do coração… 8,7

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O CAÇADOR (THE HUNTER)

Este filme australiano de 2011, dirigido por Daniel Nettheim, estrelado por Willem Dafoe e com Frances O´Connor e Sam Neill em papéis secundários, baseia-se em famoso romance  de Julia Leigh. É um filme de aventura e suspense e que nos mantém em permanente tensão (thriller) – apesar das aparências de calmaria -, pela imprevisibilidade do roteiro. Bom entretenimento.  8,6

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O ARTISTA (THE ARTIST)

Tome-se a humanidade dos filmes do Chaplin (bem como outras virtudes desse gênio), misturada com finíssimos ingredientes extraídos do que de melhor fez o cinema desde a sua criação: uma pitada de Fred Astaire e Gene Kelly, outra de Orson Welles, outra ainda de Giuseppe Tornatore e assim por diante. Tudo isso com talento, criatividade,  impecáveis elenco, fotografia, direção de arte, produção, trilha sonora, direção etc. etc. O diretor é o também roteirista francês Michel Hazanavicius. Sensibilidade e inteligência a serviço da cinematografia em uma extraordinária homenagem ao Cinema. Um filme que merece todos os prêmios que tem recebido e que deverá ganhar o Oscar 2012, se não houver injustiça (assim como ganhou o Globo de Ouro e o prêmio de “Melhor produção cinematográfica” do Sindicato dos Produtores dos EUA). O ator principal, Jean Dujardin, ganhou o Globo de Ouro 2012 de “Melhor ator” e também merece o Oscar: ele é fantástico. Também atuam otimamente bem no filme Bérénice Bejo, John Goodman e James Cromwell. A trilha sonora é magnífica, realçando todos os sentimentos do filme e aprofundando as emoções de cada cena. Mais um Oscar à vista. Fazendo piada, até o cachorrinho (Uggie, que também “atuou” em “Água para elefantes”) mereceria um prêmio porque é também fora de série. O filme todo é sensacional, mas da metade em diante torna-se algo realmente memorável e sua parte final é simplesmente genial, lembrando em alguns momentos o fabuloso “Cantando na chuva”. Detalhe: e se trata de um filme mudo e em preto e branco! Pra mim, já é um clássico.  10,0

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O SEGREDO DOS SEUS OLHOS

Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro. Cinema argentino de primeiríssima qualidade: sem perder as características latinas/portenhas, o filme incorpora técnicas européias de narrativa, criando uma história em que são misturados com eficiência diversos elementos, como policial, romance, suspense, comédia. Prende do começo ao fim, muitíssimo bem dirigido e interpretado, com destaque para a atriz Soledad Villamil e para o sempre ótimo Ricardo Darín.  9,0

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MINHA VISÃO DO AMOR (BARNEY´S VERSION)

Filme de relações de pessoas reais, de uma realidade por vezes chocante, por vezes terna, mas sem muitas concessões. Um trabalho securíssimo de direção e feito com uma delicadeza surpreendente e profundamente agradável aos sentidos. Dustin Hoffman como sempre brilhante, mas é o ator Paul Giamatti que dá um banho de interpretação, nesse trabalho que é um dos melhores que já fez no cinema – ganhou o Globo de Ouro 2011, de Melhor Ator e foi um “crime”l não ter sido indicado para o Oscar. Belíssimo filme.  9,0

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BLADE RUNNER – CAÇADOR DE ANDRÓIDES

Depois de ver um filme oito ou nove vezes a gente certamente ganha de um lado  e perde de outro. Perde a surpresa, alguns elementos que nos fascinaram nas primeiras exibições. Mas ganha descobrindo coisas novas e principalmente  confirmando as qualidades: das músicas, principalmente a música-tema, da direção, do roteiro, da direção de arte/produção visual, fotografia, elenco etc. Este filme, de 1982, é belíssimo esteticamente, entretanto vai muito mais além, discutindo questões existenciais. Principalmente. Não há dúvidas de que “Blade Runner” é um cult, clássico da ficção científica. Um filme a ser lembrado e preservado na história do cinema.  Harrison Ford já heróico, Sean Young misteriosa e linda, Daryl Hannah fria e perigosa, Rutger Hauer um vilão extraordinário…em uma Los Angeles de 2019, segundo a concepção do renomado diretor Ridley Scott (“Alien”, “Thelma e Louise”, “O gladiador”…): escura, fria, chuva ácida, onde parece não haver mais espaço para as relações, tendo efervescido só a tecnologia que também dá vida aos enormes outdoors (com propagandas orientais, assim como chinês é o comércio e o policial que marca o filme com seus origamis – importante marca no final). Tecnologia que criou os replicantes, perfeitas imitações do ser humano, só que com a existência limitada no tempo, conforme a programação de seus criadores e o tipo do andróide. Alguns replicantes parecem ter sentimentos, outros  consciência de sua finitude, outros se tornam violentos e precisam ser “retirados”, justamente pelos blade runners. Para se reconhecer um replicante, muitas vezes só por meio de teste específico… Com os carros circulando em pleno ar e as moradias sombrias e úmidas, um futuro entre realista e pessimista,  mas cuja humanidade de repente parece brotar, inesperadamente, como um fio luminoso de esperança…os 10 minutos finais são dos mais belos momentos do cinema: revendo o filme em blue-ray, na versão final do diretor – que achei a melhor -, novamente me arrepiei nessa cena quase final, literalmente…”time to die”…Essa versão final do diretor não tem a narrativa em off nem a cena final da viagem. Felizmente.  9,5

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A LENDA DO PIANISTA DO MAR (THE LEGEND OF 1900)

Mais uma obra maravilhosa do diretor Giuseppe Tornatore, diretor de “Cinema Paradiso”, entre outros: seu primeiro filme em língua inglesa, lançado em 1999 (e não tão fácil de achar em locadoras) . E com a sempre precisa parceria com Ennio Morricone, na bela trilha musical. No dizer de Odacyr Roberth, “Magnífico, cinematograficamente falando. Inspirador, poeticamente falando. Esplendoroso existencialmente falando. O filme reúne uma trilha sonora impecável, uma direção aplausível e atuações hipnotizantes.” Neste caso, o filme conta, de um modo poético e primoroso, a história de um rapaz, virtuose natural, que nasceu e foi criado em um navio que fazia a rota Europa-EUA. Filme emocionante, com instantes antológicos, pura expressão de arte e humanidade. Tim Roth maravilhoso, com grande destaque nas cenas do piano durante a tempestade, da fascinação pela musa que aparece repentinamente e no duelo de piano com o “rei do jazz” da época, Jelly Roll Morton, interpretado por Clarence Williams III. Pruitt Taylor Vince também ótimo e surpreendente, como o músico que conta a história. Inesquecível. 9,5

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OS DESCENDENTES (THE DESCENDANTS)

Estrelado por George Clooney, é um bom filme, correto em seus detalhes, diferente pelo local onde se passa (ilhas do Havaí),  mas a meu ver não justifica o prêmio que ganhou de “Melhor filme/drama” no Globo de Ouro 2012. É inferior, na minha opinião, a pelo menos três de seus concorrentes: “A invenção de Hugo Cabret”, “Histórias Cruzadas” e “Tudo pelo poder” (este, dirigido e interpretado pelo próprio Clooney). É um filme normal – embora não se possa desmerecê-lo a ponto de dizer que sua premiação foi uma “grande injustiça” -, nada que já não tenha visto antes em dezenas de filmes, embora tenha equilíbrio, momentos bons, sensíveis, criativos e com bonita mensagem de solidariedade, de família e de responsabilidade (perante a comunidade, meio ambiente etc.). O diretor é o ótimo Alexander Payne, que dirigiu antes “Eleição”, “As confissões de Schmidt” “Sideways” e “Paris, eu te amo”. Este comentário vai mais como uma homenagem a George Clooney, que efetivamente se tornou um ícone do cinema graças não ao fato de ser galã, mas ao seu trabalho e talento, mostrando com o tempo tratar-se de um competente ator e também diretor. E mais: um sujeito que sabe aproveitar a vida (sem descuidar de sua missão, de deixar marcas profissionais, nos seus filmes corajosos e polêmicos), bem humorado e que tem ótimo relacionamento com os colegas e, principalmente, engajado em movimentos sociais, inclusive contra a pobreza e o racismo. Embora seja ótimo o trabalho de Clooney neste filme, não acho que teve a melhor interpretação da carreira. O prêmio, a meu ver, é, sim, evidente sinal do enorme prestígio do ator, o que deverá fazer também com que concorra ao Oscar.  7,5

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O TERCEIRO HOMEM

Clássico do cinema noir.  Como vários” filmes da época são tidos como clássicos”, está aqui na seção de “filmes muito antigos” (e não em “clássicos”), pois de 1949. Mas este filme inglês por alguns é tido como uma obra-prima ou o melhor “noir” e na verdade é um legítimo  noir, praticamente um filme noturno, com fumaça, muita sombra, suspense, ótima fotografia (ganhou o Oscar), só que com um ritmo menos apressado, até mais poético. Uma história mais elaborada, que lentamente vai encaixando e dando sentido aos elementos/pontos misteriosos. Ótima montagem (indicada ao Oscar),  direção (Carol Reed, indicado ao Oscar) e um roteiro muito consistente. Orson Welles magnífico, trilha sonora ótima. Todo o elenco afinado e com os ótimos Joseph Cotten e Trevor Howard.  Final excelente, inclusive a última e inolvidável cena.  9,0

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MEIA NOITE EM PARIS

Uma obra magnífica de Woody Allen, com maravilhoso elenco, fotografia, trilha sonora…como sempre…O filme é uma homenagem à Paris do presente (os primeiros 4 ou 5 minutos do filme são um passeio em Paris, ao som do ídolo de Woody Allen, o clarinetista Sidney Bechet) e do passado, Woody se utilizando do recurso do realismo fantástico e com o surpreendentemente eficiente alter ego Owen Wilson para fazer desfilarem na tela, em um clima mágico, emocionante, fascinante,  Hemingway, Picasso, F. Scott Fitzgerald, Cole Porter, Toulouse Lautrec, Paul Gauguin, Edgard Degas, Modigliani, Matisse, Gertrude Stein, Luiz Buñuel…De onde emergem também com importantes lições de vida (interessante a Paris da época, para onde iam artistas e até os americanos, que ali podiam ser valorizados). Como sempre, ao lado do roteiro seguro e no caso brilhante, uma fotografia e trilha sonora impecáveis. Rachel Adams em papel de megera, ótima… Marion Cotillard sensacional, além do restante do elenco, Kathy Bates, sempre maravilhosa, Adrien Brady…. personagens desfilando pela tela em meio aos cenários da noite boêmia, de uma época de grande criatividade (embora – paradoxo – mesmo na era do ouro, os que a viviam achavam que as décadas anteriores eram mais criativas, menos enfadonhas…), A vida não pode ser deixada de lado em nome da arte, porque a arte deve sempre compor a vida… Outra frase do filme: quando o amor é verdadeiro, o homem ali se sente imortal.  9,5

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O SUBSTITUTO

Um filme bastante original, instigante, por vezes surreal, com ótimo ritmo, trama inesperada, provocando tonturas a interpretação fascinante de Peter O´toole, indicado ao Oscar de 1981 (o filme teve mais duas inticações: diretor – Richard Rush – e roteiro adaptado). Com a bela Bárbara Hershey – claro, antes de virar boneca plástica -, envolve em dramas diversos a excentricidade dos diretores de cinema, a produção de filmes em si, a vida dos dublês, até um caso de assassinato, tudo com certas nuances de vertigem, extremamente valorizadas pelo elenco, notadamente pelo seu excelente ator principal.  8,6

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MISSÃO IMPOSSÍVEL 4 – O PROTOCOLO FANTASMA

O filme, que estreou no Brasil no final de 2011, é dirigido por Brad Bird (“Os incríveis”. “Ratatouille”) e preserva todos os elementos dos anteriores e a intenção da série da TV, acrescentando aos filmes anteriores talvez mais emoção e efeitos e dosando de maneira mais equilibrada a aventura, o drama e o humor. Tom Cruise faz com eficiência o papel do agente Ethan Hunt, em mais uma missão “quase” impossível. Eu sou fã de carteirinha da série da TV e acompanhava desde a adolescência os episódios com Peter Graves e sua turma, incluindo o homem que se disfarçava conforme a conveniência e que nos encantava, Martin Landau. Por isso talvez seja suspeito para comentar. Ainda mais que, com roupagem nova mas sem perder a essência, foi preservada uma das peças mais importantes da série, que é o início da ação, seguido pela faísca correndo no rastilho (longo pavio), ao mesmo tempo em que passam rapidamente cenas que se seguirão e toca a fabulosa e inesquecível música-tema do argentino Lalo Schifrin (que também compôs para outras séries, como “Mannix” e “O agente da UNCLE”) – essa música de abertura talvez a mais forte de todas as séries de TV das décadas 60/70. Com isso, principalmente para os fãs da época, o filme já começa emocionante e assim segue, com poucos momentos sem tensão e um visual extraordinário, como sempre,  à la filmes de James Bond. Alguns momentos são realmente de grande emoção e efeitos, como as cenas externas no mais alto prédio de Dubai. Embora hoje em dia não se saiba mais como separar o trabalho humano do feito no computador. Pra resumir, entrando-se no clima de cinemão, de que o cinema é nesse caso apenas e realmente uma grande diversão, o filme inebria os sentidos e é nota máxima. Pipocas a postos!   8,8

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A GLÓRIA DE MEU PAI (LA GLOIRE DE MON PÈRE)

Uma pequena jóia do cinema francês, feito em 1990. O primeiro dos filmes de Yves Robert, baseados nas memórias de Marcel Pagnol (escritor e autor de Jean de Florette e A vingança de Manon) – depois desse realizou O castelo de minha mãe. Uma história simples, singela, mas que enaltece a importância da família,  a beleza da vida, da natureza e principalmente da infância (evocada com muita poesia e sensibilidade), onde uma simples caverna pode virar uma grande e emocionante aventura. 9,0

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UM OLHAR DO PARAÍSO (THE LOVELY BONES)

Adaptação de best seller, de 2009, é um drama com ficção, impactante  – inadequado, portanto, para certo tipo de público -, produzido pela Nova Zelândia, Reino Unido e EUA e que mostra de maneira original fatos relacionados com o desaparecimento de adolescente. Filme de ótima direção , fotografia, interpretações (quase irreconhecível o excelente Stanley Tucci e a menina, Saoirse Ronan – de “Desejo e Reparação” –, é realmente uma brilhante atriz) e que provoca emoções diversas, muitas vezes calafrios. Dirigido com muita competência por Peter Jackson (apesar de críticas em contrário e da direção “contida”), é também estrelado por Rachel Weisz e Mark Wahlberg.  9,0

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PARIS VIVE À NOITE (PARIS BLUES)

Drama/comédia/romance de 1961, com Paul Newman e Sidney Poitier fazendo o papel de dois músicos (metais) na Paris do começo da década de 60, com uma participação especialíssima de Louis Armstrong, tocando  com sua banda. Aparece no filme o pianista Aaron Bridgers e também atua, jovem e bela, Joanne Woodward, que naquele tempo já era mulher de Paul há 4 anos.  O filme é americano e faz várias referências culturais e sociais da época, um dos músicos dizendo que jamais voltaria aos EUA, onde ele era tratado como negro, enquanto que em Paris ele era tratado como músico. Trilha sonora de Duke Ellington, indicada ao Oscar e ao Grammy de 1962.  8,7

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MELANCOLIA (MELANCHOLIA)

Filme polêmico (mais um) do diretor dinamarquês Lars Von Triers e que concorreu em Cannes 2011, ganhando o prêmio de melhor atriz para Kirsten Durst, com justiça (curiosamente Penélope Cruz havia sido escalada para o papel, mas estava fazendo outro filme, “Piratas do Caribe 4”). Mas Charlotte Gainsbourg também é excelente, como o restante do elenco. O filme é de fato original, câmera na mão (estilo Dogma) um trabalho único e instigante e que por ser imprevisível faz com que o espectador não desgrude os olhos da tela. Tem um mistério fascinante, poético, no ar na maior parte…Mas é justamente por esse motivo (o mistério) e pelo ritmo, daqueles filmes do qual se gosta muito ou se odeia. À parte disso, deve se reconhecer o grande talento desse cineasta, que fez um filme indefinido quanto ao gênero, ora sendo um drama, ora sendo um filme de mistério, ora de ficção científica, mas diferente da rotina e que tem embutidos grandes temas e referências, mostrando a fragilidade do ser humano. O cinema de Lars Von Triers sem dúvida é diferente da imagem que ele passa e do que ele diz nas coletâneas (o que em Cannes infelizmente tirou dele qualquer chance de ser premiado com esse filme): belíssimas imagens, provocativo, subversivo até… Muito interessante também o duplo sentido do título, o que só se descobre na metade do filme e quando então se encontra outros significados para tudo.  8,7

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O GUARDA (THE GUARD)

Para começar, um filme irlandês. O que já é algo fora do habitual. Mas também pelo roteiro e pela direção (John Michael MacDonagh),  tornou-se um filme diferenciado, charmoso, interessante, que foge aos padrões do gênero (“policial”). Passa-se na Irlanda do Norte e é falado em irlandês, o que também é insólito. Comédia diferente, irreverente, meio non sense às vezes, lembrando Tarantino e com um personagem bastante inusitado (o policial protagonista, Brendan Gleeson). Co-estrelado por Don Cheadle, estreou no Brasil no final de 2011. Ótima diversão, com boas risadas garantidas, sem os habituais clichês. 8,5