LEE
Um filme britânico de 2023, cujo roteiro adaptou o livro The lives of Lee Miller, de Antony Penrose (1985), e que narra parte da história de Miller, que, mesmo sendo mulher em um mundo masculino e de guerra, atuou, engajada, como repórter fotográfica na Europa a partir de 1944, inclusive registrando em fotos históricas os horrores do holocausto. O filme é muito bem dirigido pela norte-americana Ellen Kuras, tem ótimos cenários, a trilha sonora de Alexandre Desplat (trilhas de Harry Potter, O Grande Hotel Budapest, A forma da água, O curioso caso de Benjamin Button, entre outros) e no elenco de mais conhecidos (fora a atriz principal) Marion Cotillard e Alexander Skarsgärd. Mas a protagonista, com bela, sensível e destacada/carismática atuação, é a “camaleoa” Kate Winslet, cuja interpretação provoca no espectador – principalmente nos mais sensíveis – alguns momentos muito intensos de emoção, que as próprias cenas da guerra acentuam, uma vez que o enredo é baseado na realidade e há momentos realmente difíceis de contemplar e absorver, principalmente na parte final do filme, que retrata o que se seguiu imediatamente ao final da guerra. Apesar de uma boa parte do filme não chamar a atenção pela criatividade ou circunstâncias particularmente marcantes, no contexto final se forma uma obra de respeito e bem acabada. Basicamente porque se mostra coerente e cresce bastante em sua segunda metade. E, além dos créditos finais, um efeito surpresa que os precede (e arrepiante!) complementa a forte (e dolorosa) experiência que o filme proporciona e que continua impregnando o espectador de emoções além do “the end”. 8,9