GODZILLA MINUS ONE
A época dos fatos envolvendo o monstro japonês Godzilla é logo após o término da Segunda Guerra Mundial e mais de um filme já foi feito sobre o tema. Recentemente houve um lançamento antes deste filme, mas ocorreu por motivos estratégicos, porque se viesse depois seria totalmente desinteressante. Porque esta é para muitos a melhor versão de todas. Tanto por seus efeitos especiais (deixando muito atrás aqueles bisonhos efeitos do cinema japonês do passado), quanto por seu roteiro, incomumente consistente e muito bem construído, com a harmonia da direção e edição, das interpretações e da trilha sonora impactante. O som do filme também é de impacto e tudo, enfim, torna-se um conjunto bastante harmônico e perturbador, principalmente na parte final do enredo, quando predomina, à margem da intensa ação, o emocional. Como um senão, achei o desempenho da atriz na última cena efetivamente muito ruim, destoando de todas as performances ao longo de todo o filme, embora não passem despercebidos alguns clichês, provavelmente influência do cinema americano. Em suma, uma superprodução, diversão garantida e algo que não se limita às imagens e aos efeitos, mas que também tem algum conteúdo e uma alma pulsante que, por sinal, dá mostrad de que ainda não chegou ao seu ponto final. Um filme vibrante, que disputa com o de 2014 o título de o melhor Godzilla de todos os tempos, apresentando além de grandes momentos de ação e emoção, uma pungente crítica ao posicionamento do Japão na Segunda Guerra e à existência de dogmas e costumes milenares, que a modernidade tornou obsoletos e desumanos, como o dos kamikazes. 8,8