DARK WATERS (O PREÇO DA VERDADE)
Não é o primeiro filme com temática semelhante (Erin Brockovich, com Júlia Roberts, foi um deles), mas é provavelmente o melhor. Porque aprofunda com força e coragem na medida certa as questões discutidas e expõe todos os detalhes ao longo do tempo (muitos anos), de um caso real envolvendo cidadãos de certa cidade de West Virgínia e uma poderosa indústria química, inicialmente acusada de envenenar a água do rio e posteriormente de dolosamente submeter milhares de pessoas a ingredientes potencialmente perigosos no seu famoso produto Teflon, que foi proibido a partir de 2015 nos Estados Unidos e que depois do filme certamente vai deixar de ser usado por muitos dos espectadores. O filme é um drama recheado de suspense, no chamado estilo “investigativo”, no caso não por detetive, mas por um advogado idealista e persistente, que resolve comprar a briga contra a gigante empresa, a favor de cidadãos que mostram a maior evidência de estarem adoentados e da existência de anomalias congênitas provocadas pelas substâncias químicas. Mesmo assim, é um processo judicial de 20 anos, fato que sob certo aspecto valoriza ainda mais a luta e o enfrentamento do enorme desafio, embora o desgaste e a pressão, que o filme faz questão de enfatizar. A trilha sonora é ótima, a interpretação de Mark Ruffalo (igualmente produtor) também, assim como estão ótimos Anne Hathaway, Tim Robins e Victor Garber, entre outros. O filme foi rodado em Cincinatti e nos seus arredores, para dar maior verossimilhança à reprodução dos fatos. O diretor é Todd Haynes (Longe do paraíso, Carol…), que conduz o trabalho de forma muito competente. 8,7