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THE HATEFUL EIGHT

The_Hateful_EightSerá que no Brasil vai virar Os 8 abomináveis??? Nesse caso não seria ruim como Os oito odiados, por exemplo.  Ou o título será Oito homens e um destino??? Vamos aguardar…O elenco deste mais recente filme do polêmico e odiado por muitos Quentin Tarantino dispensa comentários, estando a única atriz praticamente irreconhecível em seu papel (excelente!): Samuel L. Jackson, Kurt Russel, Jennifer Jason Leight, Michael Madsen, Tim Roth, Bruce Dern, Channing Tatum, entre outros. E Tarantino sem dúvidas possui muitas qualidades e que fazem com que seus filmes sejam aguardados com muita expectativa. Primeiro, sabe-se que ele é um dos grandes diretores de toda a história do cinema, portanto é o dono e soberano do que escreve e dirige, controlando de forma ampla e com pulso firme todas as engrenagens de suas obras. Garantia de originalidade. Segundo, é um grande fã do próprio Cinema, não perdendo a chance de prestar homenagens, a grandes atores, diretores, filmes etc. No caso, o próprio título do filme parodia um dos maiores westerns da história: The magnificent seven (Sete homens e um destino) e a trilha sonora é simplesmente de Ennio Morricone, 87 anos, um dos “papas” da área, com mais de 500 composições de trilhas de filmes, séries etc.  Interessante também que o filme começa com as paisagens geladas do Estado de Wyoming (norte dos EUA, quase Canadá), local onde foi filmado outro grande filme lançado no final de 2015: O regresso, com Leonardo Di Caprio e dirigido por Alejandro Iñárritu. Terceiro, seus filmes são perfeitos em todos os detalhes e, assim, todos os elementos, técnicos e humanos, formam uma perfeita harmonia. Garantia de qualidade. Quarto, seus roteiros são imprevisíveis. Portanto, é sentar na poltrona e aproveitar, simplesmente saboreando o que vai acontecer, certamente com grandes doses de violência, bizarrice e banhos de sangue, razão de o filme – como os demais recentes – não ser recomendado para menores. A impressão que dá, mesmo, é de que o diretor é realmente quem mais se diverte com os seus filmes, inclusive porque pode subverter a ordem à vontade, colocando seus personagens filosofando sobre justiça (como o carrasco, em certa cena) e armando um grande “circo”, onde vão se misturar personagens improváveis, cada um desempenhando um papel perfeito e coordenado. E, ainda, no caso, com absoluta igualdade de atuação, não havendo mocinhos e bandidos, mas sim algum mistério no ar e que vai tornando a tensão cada vez maior, até porque não se consegue efetivamente adivinhar o que vai acontecer no próximo segundo. Em suma, diversão pura e inteligente. No caso, nada genial e nem superior às obras anteriores (principalmente Bastardos inglórios ou mesmo Django), mas o suficiente para nos dar algo novo e nos tirar do trivial, o que já é bastante.  8,5