BOBBY FISCHER CONTRA O MUNDO (BOBBY FISCHER AGAINST THE WORLD)

Robert James Fischer, o “Bobby” Fischer, para grande parte dos que conhecem e vivem xadrez, foi o maior enxadrista de todos os tempos. Para outros, está no topo da lista, juntamente com outros “gênios”, como Lasker, Capablanca, Karpov, Kasparov, Mikhail Tal e Magnus Carlsen. Para os demais, certamente ocupa uma das posições de honra entre os cinco primeiros. Seja como for, Fischer se distinguiu tanto pelos fatos incríveis que o conduziram e alimentaram no mundo do xadrez, como pelos que sucederam o célebre match de 1972, que disputou contra o russo Boris Spassky em Reykjavik (Islândia) e quebrou a hegemonia russa que já durava desde 1948 (imagine-se a importância desse fato considerada a Guerra Fria, entre EUA e União Soviética). Fischer realmente foi um fenômeno enxadrístico, pois nasceu em 1943 em Chicago, aprendeu a jogar aos 7 anos e a partir de então, em Nova York, dedicou-se exclusivamente ao jogo, desde o despertar até a hora de dormir: e com seu prodigioso talento ao lado da infatigável dedicação, tornou-se, entre outros títulos, campeão dos Estados Unidos simplesmente 8 vezes em 8 participações, entre 1957 e 1966, sendo que aos 14 anos disputou com Donald Byrne a chamada “Partida do século” (vencendo) e que aos 15 anos já recebeu o título de Grande Mestre. Aos 20 anos venceu de forma inédita o campeonato americano, com 11 vitórias em 11 partidas disputadas. Por outro lado, o drama posterior à conquista do título em 1972 ainda é envolto em mistérios, porque Fischer após vencer o russo e participar de algumas solenidades nos EUA, simplesmente desapareceu, três anos depois deixando de disputar o título e entregando-o “de bandeja” para Karpov e somente voltando à ativa 10 anos depois, quando, em 1982, novamente disputou um match contra o mesmo Spassky: e uma vez mais, sumiu depois dos jogos. Anos mais tarde, teve episódios de prisão, foi diagnosticado com problemas mentais e passou seus últimos dias curiosamente na mesma cidade que lhe deu a maior glória de sua carreira: Reykjavik. Mas tudo está muito bem resumido neste documentário de 2011, que concentra seu principal interesse no campeonato de 1972, o qual efetivamente consistiu em um capítulo à parte da história do xadrez e do próprio duelo político da Guerra Fria, entre Rússia e Estados Unidos. Muitos detalhes, manobras, fatos graves, pitorescos, alterações de regras, ausência em jogo, manobras reais e imaginárias cercaram os jogos e também o período pré-jogos, quando havia até mesmo incerteza sobre se Fischer compareceria ao desafio. Relevante também observar que enquanto o russo estava permanentemente cercado de mordomias e de um imponente e competente staff inclusive para analisar as partidas – que na época eram suspensas, conforme o caso, prosseguindo no dia seguinte após um lance secreto -, o americano sempre foi um “peão solitário”, viajando sozinho e ficando só em um local isolado. Para fãs de Fischer, um filme obrigatório, mas também para os que não conhecem os detalhes de sua história, bem como do próprio xadrez e da importância para o mundo desse enxadrista e do Match de 1972, um documento extremamente interessante. 9,0

____________