A PATRULHA DA MORTE (BETWEEN MIDNIGHT AND DOWN)

Este filme é um ótimo exemplo dos bons policiais das décadas de 40 e 50. No caso, foi produzido em 1950 e seu título original significa “entre a meia-noite e a alvorada”, que é justamente o horário das rondas policiais mais perigosas. Nota-se que o título em português já naquela época já denunciava a pobreza imaginativa dos tradutores. Seja como for, um filme movimentado e bem representativo das produções de qualidade acima da média, inclusive por concentrar todos os elementos dos filmes do gênero daquela época: situações clássicas do “bem contra o mal”, de heroísmo, tiras íntegros, com seus uniformes estilosos (belas jaquetas escuras de couro), enfrentando o crime organizado, os gângsters praticando assassinatos, sendo perseguidos e presos, fatos muitas vezes precedidos de perseguições (com boas cenas de perseguição de carros nas ruas), tudo mesclado com alguns tons de leveza e outros de romance. Roteiro equilibrado e ágil, muito bom ritmo, ótimas direção (Gordon Douglas) e trilha sonora (que mantém o clima durante toda ação)  e alguma violência, havendo em sua parte final inclusive duas cenas surpreendentes e que impressionam: uma de violência policial (a dos tapas no rosto) e outra de violência criminosa (a da menina na janela). Em geral o elenco é muito bom, com dois pequenos senões e que acabam não comprometendo o contexto: Edmond O´Brien, apesar de já acumular vários filmes no currículo (e dali a 5 anos merecer o Oscar de coadjuvante em A condessa descalça), mostra estar longe de um Humphrey Bogart, por exemplo, e Gale Storm, a despeito de poucos anos depois fazer muito sucesso como cantora e ter até programa de TV, neste filme pelo menos é apenas bonita, mas dramaticamente medíocre. Em suma, um filme dinâmico, bem feito e, portanto, um bom entretenimento. 8,5

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