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YES, GOD, YES

Se você for uma pessoa muito religiosa, fiel à igreja e aos rituais, que acredita nos sacramentos, no céu e no inferno , temente a Deus etc ou muito conservador, evite este filme porque talvez fique ofendido com as ideias que ele prega e propaga, que poderão ser tidas como excessivamente subversivas. Se, ao contrário, for uma pessoa aberta ao mundo, liberal, ou bem humorada/ “desencanada” quanto a esses assuntos, com certeza se divertirá. Este é um filme que aborda a religião doutrinadora, isto é, aqueles ensinamentos da Igreja, que engessam as crianças, os jovens e os adultos, no sentido de assumirem obrigatoriamente um comportamento pré-estabelecido pela religião católica, em suma, longe do pecado. Porque se não o fizerem estarão violando as leis divinas e praticando atos contrários à doutrina de Jesus e passíveis de cruéis castigos, inclusive o do Inferno. Trata-se de estudantes que recebem aulas e lições religiosas e se reúnem em um encontro especial de jovens para uma espécie de catequese, a fim de mais bem se encontrarem com eles mesmos e com Jesus e se purificarem para a prática da religião correta, que é aquela livre de pecados. O problema é que isso implica culpas, porque todos têm seus deslizes e impurezas, de alguma forma, mesmo em pensamentos. E assim o filme transcorre, mostrando ao mesmo tempo as amarras que nos são familiares desde os tempos em que éramos obrigados a ir à Missa do domingo, a confessar, a comungar, a nos sentir culpados até por pensamentos levemente indecentes e, de outro lado, a realidade da vida com suas variadas possibilidades e tentações e alguém que de repente resolve questionar ou duvidar dos métodos e que experimenta fatos que vão escancarar toda a hipocrisia reinante. Uma comédia ácida e que mostra a falsidade de tudo o que oprime e restringe a natureza humana, a necessidade de cada um gozar da liberdade pessoal de pensar e agir de acordo com a sua consciência e também com o apelo dos sentidos. Um filme interessante e que conforme o ponto de vista -como destacado ao início- poderá entreter ou chocar. Dirigido por Karen Maine e estrelado por Natalia Dyer (que já haviam juntas feito um curta com a mesma temática), o filme, para quem bem entender, é uma boa diversão e inclusive com um título absolutamente genial e totalmente coerente com o enredo e com a mensagem que deseja passar. 8,7