A INCRÍVEL SUZANA (THE MAJOR AND THE MINOR)

Uma comédia romântica tipo “tolinha” ou “bobinha” (principalmente por um fato de “faz de conta” que é central no enredo) e cujo título original, mais do que apropriado, já denuncia a trama. Muito elogiada por público e crítica, pode ser definida como um filme do tempo da inocência! Sobre o título em português, como sempre lhe faltam inteligência e criatividade. Feita em 1942, em preto e branco, tem realmente um ótimo ritmo e é charmosa e também deliciosa de se assistir, principalmente em razão da direção e da harmonia de todos os seus elementos, principalmente do descontraído elenco, comandado por Ginger Rogers e Ray Milland. Ela, que aos 30 anos era uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood, foi uma grande dançarina e na época deste filme já havia feito vários sucessos, principalmente em parcerias com Fred Astaire, como em O Picolino, Vamos dançar?,Ritmo louco, A alegre divorciada.. Dance comigo, Smoke gets in your eyes (neste filme ela até dá uma palinha de seu talento em uma cena) – na verdade, Fred & Ginger foi a dupla de dança mais famosa da história cinematográfica. Milland nunca foi um ator dos mais proeminentes ou festejados, mas sempre foi considerado um bom ator e fez vários sucessos (Disque M para matar, O homem dos olhos de raio X…), embora o filme que o projetou tenha sido Farrapo Humano, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor ator em 1945, além de igual prêmio em Cannes. O diretor e responsável pelo tom do filme é Billy Wilder, aqui dirigindo sua primeira produção americana e dois anos depois faria o famoso Pacto de sangue; e seguiria com dezenas de sucessos, entre os quais Crepúsculo dos deuses, A montanha dos sete abutres, Sabrina, O pecado mora ao lado, Testemunha de acusação, Quanto mais quente melhor, Se meu apartamento falasse etc. Um gostoso entretenimento e que nos deixa ligados e querendo ver no final o que já sabemos de antemão que veremos! 8,5