UM SONHO DE LIBERDADE (THE SHAWSHANK REDEMPTION)

Este é um filme de 1994 e que integra quase todas as listas dos melhores filmes do cinema de todos os tempos. E sempre muitíssimo bem colocado. E, de fato, é um filme singular, um filmaço e que não envelhece, permanecendo, portanto, como um dos clássicos, em que todos os elementos interagem e se harmonizam a favor de um todo repleto de significados. É uma combinação muito feliz de diversos elementos, que fluem com riqueza e perfeição, desenrolando um roteiro mais do que interessante, que entretém e instiga e que trará também alguns fatos inesperados, em uma história sobre eventos reais da década de 40. O ser humano aparece com suas diversas faces, em ambiente de sobrevivência e grandes dramas – e algumas amizades – se desenrolam física e psicologicamente naquele local confinado e opressor. Além disso, o filme trata de tenacidade, resiliência (e o uso da inteligência contra um sistema cruel e injusto), esperança e, como o próprio título original diz, redenção, valores humanos essenciais. Além do maravilhoso roteiro adaptado de um conto de Stephen King por Frank Darabont (O nevoeiro, À espera de um milagre), que o dirigiu com grande estilo e competência, a obra apresenta também alta qualidade na montagem, som, fotografia, trilha sonora e também são magníficas as interpretações de Morgan Freeman e Tim Robbins, que descortinam personagens inesquecíveis além deles, atuam também de forma marcante Bob Gunton (o diretor do presídio), Clancy Brown (o guarda de confiança) e Gil Bellows (de Ally McBeal). O filme concorreu a sete Oscars e não ganhou nenhum: era o ano de Forrest Gump, que papou todos, praticamente concorrendo nas mesmas categorias (observação: era também o ano de Pulp Fiction, que só venceu em roteiro original). Mas o fato é que este filme de início foi um fracasso de bilheteria, mas com o tempo foi crescendo no gosto popular e da crítica e acabou assumindo um papel cada vez mais importante na história do cinema, até se tornar absolutamente essencial. 10,0