AS NADADORAS
Fugir das agruras da guerra não é missão fácil, ao contrário. E este filme mostra isso de uma forma bastante pungente, concentrando foco em duas irmãs que moram em uma Síria castigada pela guerra e, portanto, sob ameaça constante à vida das famílias, que acabam tendo muitos de seus membros fugidos, em busca de liberdade e segurança. Os emigrantes da Síria fatalmente traçavam como destino a Grécia (no caso, a Ilha de Lesbos), para depois rumarem para outros locais da Europa; mas até chegar lá, o trajeto era dos mais complicados, perigosos, além de clandestinos, começando a aventura pelo Mar Mediterrâneo. Esse aspecto do filme, que mostra a real dimensão das coisas e nos traz uma compreensão maior sobre a vida dessas pessoas, é seu grande mérito, sendo dirigido com grande sensibilidade por Sally El Hosaini. No final, inclusive ficamos sabendo o destino também de quem se engaja na luta de facilitar a “saída” dos refugiados rumo à libertação. Possui, então, o filme uma grande dimensão social e expõe a referida realidade na pessoa das irmãs Yusra e Sarah, que em sua cidade natal praticavam natação (Yusra com maior afinco e sucesso), o que justifica o nome do filme. Mas existe um fato que emociona neste filme que não entusiasma tanto como poderia: os fatos apresentados são baseados na vida real e uma das irmãs de fato acabou realizando seu sonho, de participar (classificada entre os atletas dos Refugiados) de uma Olimpíada, o que ocorreu no Rio de Janeiro, em 2016. Netflix. 8,2