JUIZ ROY BEAN (THE LIFE AND TIMES OF JUDGE ROY BEAN)
Este é um excelente, original e divertido faroeste, produzido em 1972 e baseado em um personagem real, do folclore norte-americano. Dirigido por John Huston (que fez poucos faroestes), é na verdade uma comédia, com doses de lirismo e pitadas de drama (notadamente em sua parte final, quando a seriedade predomina), com uma atuação memorável de Paul Newman, além de ter um roteiro interessantíssimo, leve e inteligente e um elenco extraordinário: fora Paul Newman, temos simplesmente o próprio diretor John Huston, Victoria Principal, Jacqueline Bisset, Anthony Perkins, Stacy Keach, Roddy Mc Dowall, Ned Beatty, Tab Hunter e Ava Gardner, que, já cinquentona, interpreta a grande dama Miss Lili Langtry, artista cultuada pelo juiz e venerada sobre todas as coisas, inclusive dando nome ao saloon, onde foi instalada a “corte” e a partir dali nasceu toda a atuação da “lei a oeste de Pecos (rio)”. A primeira providência do juiz, com o espesso livro de leis do Texas na mão, ao inaugurar o local, foi pregar a foto da sua adorada em uma das paredes. O roteiro presta, com muita sutileza, singelas homenagens a filmes e artistas, entre elas a “Butch Cassidy”, estrelado pelo mesmo Paul Newman -as cenas do urso e do piquenique-, embora seu enfoque seja efetivamente a figura mitológica do juiz que a seu modo ditava a lei e a ordem e conquistava, com o revólver e a forca, o respeito de todos os que o cercavam. 9,0