Imprimir Shortlink

MAIS UMA CHANCE (PRIVATE LIFE)

Um filme com temática sensível e que tem também muita sensibilidade na sua condução, pela diretora Tamara Jenkins (indicada ao Oscar pelo roteiro de The savages), com belas interpretações de todo o elenco, principalmente do par central constituído pelo sempre ótimo Paul Giamatti (Sideways, A minha versão do amor…) e por Kathryn Hahn (Mrs. Fletcher…), em perfeita sintonia como o casal que deseja ter um filho (ou filha) e enfrenta vários tipos de acontecimentos e dificuldades em busca de tal objetivo. Kayli Carter (Godness) é ótima coadjuvante, além de Molly Shannon e John Carroll Lynch. O difícil é definir o gênero do filme, porque o seu tom de comando é o típico das comédias e há algumas cenas engraçadas e até hilariantes (Giamatti mesmo sem querer fazer graça é eventualmente engraçado pelo seu próprio tipo físico e pelo seu gestual), entretanto há outras cenas profundamente sérias e bastante dramáticas, mostrando uma realidade que se faz presente no mundo contemporâneo, apesar de em torno delas parecer sempre gravitar um quê de ironia ou crítica latente. Mas não é um filme divertido e sim respeitoso e inclusive com sutilezas para provocar reflexões ou no mínimo mostrar que a vida não é cor de rosa para todos e que se reinventar é às vezes uma alternativa não só possível como necessária. Por isso as emoções que desperta não são as mais fáceis. Foi indicado como melhor filme, roteiro e elenco (alguns) em várias premiações mundiais, sendo classificado como cinema independente e por esse motivo tendo estreado no Sundance Festival em janeiro de 2018. Está disponível na plataforma Netflix e como curiosidade apresenta, quase em seu final, a música Meditação, de Tom Jobim . 8,0