HOMENS, MULHERES E FILHOS (MEN, WOMEN AND CHILDREN)
Aviso: filme para cinéfilos basicamente. Forte, impactante, enquadrável como “filme de arte”. O contraste entre o avanço tecnológico e a solidão: entre a conexão com a internet e a desconexão com a felicidade, que enganosamente parece tão próxima, mas que todos parecem buscar às cegas. A grande barreira da incomunicabilidade, inclusive entre gerações, a anterior cada vez parecendo mais confusa: os adultos parecem caricaturas, clichês em busca da compreensão e de respostas. Os corações desejam (humana natureza), mas as passagens parecem trancadas, mergulhadas na futilidade, na falta de definição dos caminhos. Um filme que, na verdade, nos alerta sobre um furacão que já está sobre nós; sobre tempestadas nas quais já estamos imersos. Mas o faz com maestria, sendo incompreensível sua baixa bilheteria e sua pouca aceitação por parte da crítica. Maravilhosos roteiro, direção (Jason Reitman, de Juno, Amor sem escalas, Jovens adultos…) e magnífico todo o elenco, com grande destaque para o jovem e talentoso Ansel Ergort (A culpa é das estrelas), mas também apresentando ótimas atuações de Jennifer Garner, Adam Sandler, Rosamarie DeWitt, entre outros. Cru e direto, chocante na medida em que não faz julgamentos, tampouco parecendo apontar soluções, o filme apenas mostra fatos, perigos (inclusive a violência moral), conflitos, vazios…Ou melhor: a saída é mostrada, sim, na cena do hospital, como um fio ligando o ser humano à esperança – na magnífica parte final do filme (inclusive pelo pertinente texto de Carl Sagan) -, e é a de sempre, a mais simples e ao mesmo tempo a mais complexa. 9,0