CARNAGE

Embora seja um filme para um público especial – que gosta de filmes de arte -, é efetivamente um espetáculo: Roman Polanski tem o mérito de dirigir dois casais de atores em um espaço único (a sala de um apartamento) e ali se trava toda a “batalha”. Mas assim como o diretor não é qualquer um, o quarteto é extraordinário, com destaque um pouco maior, na minha opinião, para as mulheres: John C. Reilly (grande ator, embora eterno coadjuvante) e Jodie Foster (também ótima diretora) e Christopher Waltz (o oficial nazista, “oscarizado”, de “Bastardos Inglórios”) e Kate Winslet (também dispensa comentários !). O filme é baseado em peça de teatro magnificamente concebida pela dramaturga francesa Yasmina Reza (Le Dieu Du Carnage) e é notável o conhecimento da autora sobre a natureza humana, sobre a relação inter e intra casais, sobre as reações possíveis e verossímeis a cada etapa dos “duelos” (há momentos em que os dois homens parecem “conspirar” e assim por diante).  Cinema como se fosse teatro, em uma adaptação realmente feliz: de um fato corriqueiro, descortina-se um universo imprevisível e  fascinante sob os aspectos tanto psicológico, como sociológico. 9,0