37 SEGUNDOS
Os temas abordados neste filme poderiam facilmente ser explorados de modo apelativo. Pessoa deficiente, suas dificuldades, limites, desejos, conflitos familiares, busca pela liberdade, procura da origem e muito mais. Entretanto, a direção e o elenco, apoiados por um roteiro consistente e sério (delicado e profundo ao mesmo tempo), não deixam isso acontecer e o que vemos é uma história tocante, que provoca reflexões e muitas emoções. É um filme com alguns caminhos inesperados, mas basicamente doloroso, diga-se. Trata de pessoa com paralisia cerebral e há vários momentos que provocam tristeza no espectador e nesse ponto testa sua visão de vida e talvez até suas crenças. Mas desfila diante dos nossos olhos fatos humanos, que mostram uma realidade de limitações, mas onde também há espaço para a resiliência, para a superação, para a luta permanente de pessoas corajosas e talentosas. Sempre é tempo, sempre pode haver lugar. Um filme japonês de grande qualidade e que merece ser visto, inclusive para relembrar o que deveria ser permanente: todos têm direito à liberdade, todos têm direito de ser felizes e de um lugar nesta selva chamada civilização. O filme vai emocionar e o momento em que ficamos sabendo o significado do título, mais ao final da história, é de alto significado e nos atinge em cheio. Para pessoas sensíveis e para despertar sentimentos às vezes ocultos, sendo difícil não se emocionar, um filme difícil e extremamente delicado pelas temáticas tratadas. A protagonista (desenhista de mangá) é uma atriz amadora e dá um show, assim como sua mãe, sendo elas as atrizes Mei Kayama e Kanno Misuzu. O diretor é Mitsuyo Miyazaki e a produção Nefflix. 8,6