TRIBUTO DE SANGUE (THE TURNING POINT)
Drama policial noir de 1952, com roteiro consistente, ótimas atuações e direção segura, narrando uma história envolvendo principalmente o crime, a promotoria e a imprensa, com todos os bastidores que sustentam a criminalidade, como o jogo e a corrupção. O filme, baseado em livro e inspirado nas reais investigações do senado americano sobre o crime organizado, tem um ritmo excelente e a ótima direção de William Dieterle (O corcunda de Notre Dame, O retrato de Jennie, No caminho dos elefantes). Também contribui em muito para qualificá-lo a atuação marcante de William Holden (Crepúsculo dos deuses, Inferno número 17, Sabrina, A ponte do rio Kwai, Férias de amor, Suplício de uma saudade), cujo personagem agrega valores que, por exemplo, tornaram célebre em vários papéis o ator Humphrey Bogart, entre eles a firmeza de caráter/integridade, rapidez de raciocínio e a masculinidade. Mas também se destacam os personagens de Edmond O´Brien e principalmente Alexis Smith, embora todo o elenco seja bastante integrado. Pitadas de romance, alguma ação, um todo muito bem construído e desenvolvido com um texto forte e equilibrado, um filme que merece ser visto como um dos muito bons dentro da excelente safra dos anos 50, embora não seja muito visto ou comentado. Uma curiosidade retirada do site makingoff.org: “Na altura dos 47min47s há uma ponta com a atriz Carolyn Jones (1930-1983). Ela ficaria famosa posteriormente com a série A Família Adams (1964-1966) na qual interpretaria a personagem Mortícia. Aqui neste filme Jones interpreta Lillian Smith, a ex-namorada de um gângster. Personagem e situação são baseados no caso real dos depoimentos de Virginia Hill, que testemunhou contra seu ex-namorado mafioso Bugsy Siegel nos anos 1947, 1950 e 1951”. 8,9