THE STARLING

Comédia dramática estilo sessão da tarde. Só que com alguns diferenciais e que colocam o filme acima da média desse gênero: primeiro, trata-se de uma história que tem muita tristeza envolvida, perdas, desencontros, depressão, mas esse lado não é acentuado desnecessariamente, para fazer o espectador de vítima, a chamada “chantagem emocional”, servindo, sim, apenas de veículo para a mensagem principal; segundo, tem uma direção muito firme de Theodore Melfi (Um santo vizinho, Estrelas além do tempo); e terceiro, tem um elenco ótimo, comandado por uma atriz extremamente versátil e de grande empatia: Melissa McCarthy (A espiã que sabia demais, Missão madrinha de casamento, Um santo vizinho). As duas outras pontas do elenco são o também ótimo Chris O´dowd (A incrível Jessica James, Missão madrinha de casamento) e o veterano Kevin Kline (Um peixe chamado Wanda, Silverado, O reencontro). Esses fatores elevam em muito o nível do filme, cujo nome traduzido é o de um pássaro de origem Europa-Ásia e que acabou sendo introduzido nas Américas e em outras regiões do mundo, mas em algumas considerado como praga: o estorninho. E o título do filme é justamente esse, porque tal passarinho terá grande importância no desenrolar dos fatos e nos sentimentos desencadeados, em outras palavras, será uma importante referência real e simbólica, uma fonte de inspiração (e de analogias). Um filme despretensioso, mas prazeroso de se assistir, com momentos de emoção e de risos e feito sob medida, sem exageros. Alguns têm criticado o filme por dar maus exemplos em algumas cenas (algumas atitudes de Lilly), mas quem disse que o cinema tem que dar bons exemplos apenas e não exercer a importante faculdade de mostrar o que realmente acontece na realidade que nos cerca? Produção Netflix. 8,5