THE LAWLESS BREED (BANDO DE RENEGADOS)

Rock Hudson faria aqui seu segundo faroeste (o primeiro foi um ano antes, em 1952, com James Stewart: E o sangue semeou a terra ou Bend of the river, de Anthony Mann) e a partir daí alguns outros westerns e dezenas e dezenas de filmes de vários gêneros, consagrando-se como um dos grandes galãs do cinema. De fato, suas feições e seu porte físico (1,93m) chamavam a atenção e imprimiam vitalidade aos papéis que fazia. Além de credibilidade/honorabilidade, pois tinha o eterno jeito de bom moço/filho, daqueles que parecem estar sempre falando a verdade e ter a honra como primado. Também atuam neste filme Julie Adams e John McIntire (o pai), ambos com dezenas de filmes no currículo e a bela Mary Castle, que não seguiu carreira no cinema, embora tenha tido um ótimo começo (problemas pessoais graves, pelo que se comenta). O diretor foi Raoul Walsh, que segundo consta começou a ficar mais conhecido em 1924, quando dirigiu O ladrão de Bagdá, embora desde 1914 tenha dirigido filmes e em 1915 o famoso The birth of a nation. Foi diretor de vários tipos de filme. Neste, é fácil constatar a sua ótima direção, além de uma carismática atuação do elenco, principalmente de Hudson, que faz o papel de um pistoleiro que teria sido injustiçado pela lei e que por isso escreve suas memórias (na apresentação do filme o fato já aparece com certo destaque, ou seja, de que a história é narrada pelo próprio personagem que a viveu). O filme desenvolve muito bem os personagens principais e apresenta ao final momentos bastante emocionantes, inclusive com uma questão moral ou ética de grande profundidade e até tocante pela forma como é mostrada. Ao longo da história acompanhamos as desventuras de alguém que foi praticamente forçado a usar a arma como argumento, em um Oeste ainda selvagem, mas que já começava a pensar em civilização (1870 em diante) e a lei e a ordem já começavam a impor freios à violência, constituindo mecanismos efetivos para isso (apesar disso, o filme ainda deixa clara a sede de sangue da população). Um western acima da média e que opta porcontar fatos com todas as cores e aprofundamentos que merecem, ao invés de ficar no “bang-bang” habitual e recheado de tiros e violência sem muito sentido. Aqui a trama se desenvolve muito bem e por isso possui grande valor. O título do filme em português, porém, é um dos mais inadequados da história, pois completamente desconexo com o enredo, embora esse fato não fosse (e continua não sendo nos dias de hoje) nada incomum: antes tivessem imitado o título em espanhol (no cartaz anexo), que não é perfeito, mas pelo menos não beira o ridículo.  8,6