SANGUE NEGRO (THERE WILL BE BLOOD)

Este é um filme absolutamente singular, produzido em 2007. Tudo se passa em ambientes restritos, mas sua mensagem pode ser interpretada como universal ou até mesmo retrato da sociedade americana de uma época pioneira. Mas as virtudes de sua mensagem forte (e crua) não se esgotam na temática, pois a intensidade dramática das interpretações é memorável e forma um conjunto poderoso, principalmente pela atuação soberba e decisiva para o êxito do filme do grande Daniel Day- Lewis, que por esse papel ganhou o Oscar de Melhor ator em 2008 (além do Globo de Ouro e o SAG) – o filme também ganhou o Oscar de Melhor fotografia e provavelmente não ganhou mais prêmios porque era o ano de Os fracos não têm vez. Day-Lewis foi o ator que ganhou mais Oscars na história do cinema (3) e se aposentou há alguns anos, havendo, porém, notícias de que retornou à ativa em razão de produção dirigida pelo seu filho (o que seria ótimo para todos que amamos o cinema). Mas também merece destaque o excelente e pungente desempenho de Paul Dano, em um papel também bastante difícil. Ótimo roteiro e demais elementos técnicos, assim como a direção do festejado Paul Thomas Anderson (Magnólia, O mestre, Trama fantasma, Boogie Nights), contando uma história de ambição, golpes, conflitos, devoção e fanatismo religioso, paranoia, perdas, ira e violência, dentro de uma história que acompanha o boom na extração das jazidas de petróleo, inclusive independente, na virada para o século 20 nos Estados Unidos. Um filme de grande impacto e que traz imagens que ficam. 9,3