RIO VERMELHO
Diferente de Rio Grande, faroeste com Wayne feito dois anos depois (de John Ford), este filme de 1948 não tem nenhum tom de comédia. É um western de ação e aventuras, mostrando a vida de corajosos desbravadores, no caso comandados por uma espécie de “rei do gado” (Wayne, excelente, inclusive como anti-herói), conduzindo o comboio por vastos e perigosos territórios – com ameaça de emboscadas, por bandoleiros ou por apaches -, do Texas ao Missouri. As diversas cenas envolvendo a condução do gado, aliás, são maravilhosas (edição/montagem perfeita). Howard Hawks (À beira do abismo, Onde começa o inferno) dirigiu o filme com mãos firmes e talentosas e ainda dirigiria Wayne em mais três faroestes: Rio bravo/Onde começa o inferno em 1959, El Dorado em 1966 e Rio Lobo em 1970. Aqui o filme embala realmente a partir da sua metade – dizem que todo faroeste fica melhor quando entra na história um personagem feminino – e traz um final repleto de emoções, uma espécie de apoteose de chegada após meses de viagem, incluindo até a perspectiva de um grande duelo coletivo: foi criado um grande dilema embalado em meio à música-tema épica e pelas imagens dos pioneiros e dos intrépidos cowboys e ninguém sabe se acabará sendo resolvido e de que forma, o que traz momentos decisivos de grande tensão. Além de Wayne, Montgomery Clift, que faz o papel de seu filho adotivo, está igualmente impecável. Também participam do filme o infalível Walter Brennan e a bela Joanne Dru. O filme concorreu aos Oscars de Melhor história e Melhor montagem. 9,0