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RINGO NÃO PERDOA…MATA (IL RITORNO DI RINGO)

Após o declínio do gênero faroeste nos Estados Unidos (e que fez grande sucesso nos anos 50), foi ele revigorado na Itália entre os anos de 1964 e 1973 aproximadamente, ficando esses filmes conhecidos como westerns spaghetti (ou faroeste macarrônico ou, ainda, bang-bang à italiana). Apesar disso, algumas filmagens também ocorriam na Espanha. Foram dezenas e dezenas de produções , com grande popularidade e revelando atores e diretores. Sérgio Leone foi o mais famoso, tendo feito sua famosa trilogia estrelada por Clint Eastwood (que iniciou em 1964 com Por um punhado de dólares). Mas talvez o mais amado e idolatrado ator tenha sido Giuliano Gemma – que por questões de marketing passou a ser conhecido também como Montgomery Wood -, por sua aparência de galã e também por ser carismático e atleta. Quando fez este filme ele tinha 27 anos e naquele mesmo ano de 1965 já havia estrelado Uma pistola para Ringo e protagonizou Adiós, Gringo e o filme que se tornou um dos mais famosos do gênero na história e que elevou o ator a ícone do faroeste spaghetti: O dólar furado, também enaltecido pela famosa música assoviada, que se eternizou na história das maiores trilhas sonoras do cinema. Este filme é imperdível para os fãs, porque contém todos os ingredientes que se espera, mas mesmo para quem não é aficcionado contendo inúmeras qualidades, como ação, emoção, algum romance/lirismo, aventura, tiros e além de tudo um roteiro que repisa a história do herói que volta da guerra e se impacta com a mudança dos fatos (situação que clama por ação e por vingança, como na Odisseia de Homero). Além da peculiar maneira de filmar, dos closes e principalmente a figura do protagonista, bonito, viril, corajoso, arguto, dando colorido à história, que naturalmente tem também os bandidos estereotipados de sempre, um deles interpretado por Fernando Sancho, habitual inimigo do mocinho nos filmes de Gemma. Por fim, destaca-se também a marcante trilha sonora, forte e naturalmente imprescindível para o gênero: entretanto, embora anunciada como de autoria do festejado Ennio Morricone, esse fato se tornou polêmico porque o compositor declarou que não foi contratado para fazer a trilha e que parte de sua obra foi utilizada indevidamente, inclusive processando os produtores. Essa questão à parte, o filme entrega exatamente o que se espera dele (e dos faroestes spaguetti), constituindo uma ótima diversão. 8,7