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RAYMOND AND RAY

Uma história quase comum, de pessoas normais e que nos faz assistir com prazer e interesse seu desenrolar, inclusive admirando a competência e o carisma – incluindo as diferenças – de dois grandes atores, o versátil Ewan McGregor (Moulin Rouge, Trainspoiting, Peixe Grande) e o imprevisível Ethan Hawke (O telefone preto, Boyhood, O predestinado), também merecendo destaque, por sua segurança discreta, o diretor colombiano Rodrigo Garcia, filho do laureado escritor Gabriel Garcia Márquez. Um roteiro envolvendo acontecimentos triviais, com algumas pitadas inesperadas, conduzido com leveza e sob a pele de um drama com tons de comédia e que vai nos seduzindo cada vez mais, inclusive pelos desdobramentos e consistência da história, muito bem conduzida, com ótima trilha e elenco impecável, até que em sua parte final nos envolve completamente e nos propicia grandes momentos de emoção, aprofundando seu conteúdo de humanidade e questionando as marcas que cada um acumula pela vida, bem como a capacidade de conviver com elas e de assimilar ou superar as de maior dor ou significado. Na verdade, parecemos sempre reféns de nosso passado e, no caso, tão mais gostaremos do filme, quanto ele atingir nossas emoções mais sensíveis. Até por esse motivo, sobre ele são variadas as críticas, sendo qualificado dentro de um extenso limite, entre o conceito de regular até o de muito bom. Na minha visão e no meu sentir, atinge bem além desse patamar, como um pequeno grande filme. 9,0