QUESTÃO DE TEMPO (ABOUT TIME)

Este é um filme de 2013 e ao qual assisti em dezembro daquele ano. A resenha que fiz na época, dando-lhe nota 8, foi a seguinte: Comédia romântica com a bela e querida Rachel Mc Adams e o veterano Bill Nighy, que cativa pela simplicidade e pela mensagem que deixa ao findar, utilizando a ficção científica como um mero apoio – embora estratégico – para chegar ao seu ponto vital, o qual é perfeitamente compreendido na parte final do filme, onde ele efetivamente cresce, se agiganta e deixa belas e importantes lições. A direção é de Richard Curtis, o mesmo de Quatro casamentos e um funeral, Um lugar chamado Nothing Hill, Simplesmente amor etc. Hoje vi o filme novamente e com olhos ainda mais generosos. Não sei se mudou minha maneira de ver as coisas, com a maturidade, ou se foi o dia mais inspirado, mas vi no filme atualmente mais qualidades ainda, com algumas que não percebi na época. Porque aparentemente é um filme estilo “comédia romântica leve com toques de drama e fantasia (primordial no enredo)”, porém na realidade é muito mais. O filme tem um conteúdo realmente digno de nota e a partir de certo momento, quando se pensa que vai acabar (e ainda falta mais de meia hora), deriva para rumos absoluta e agradavelmente inesperados e também bastante interessantes, de belíssima textura dramática e apreciável filosofia. Realmente o elenco, que tem, além dos dois citados no texto colado, também uma belíssima Margot Robbie aos 23 anos, Domhnall Gleeson, Tom Hollander e Richard E. Grant, entre outros, bem como o diretor Richad Curtis (que pelo currículo dispensa maiores comentários), têm grande responsabilidade na grandeza do filme, mas o roteiro é especialmente consistente e elevado, contendo diversos subtextos e delicados caminhos principalmente do coração, embora sem perder contato com a realidade. A síntese até poderia ser a de uma proverbial lição de vida e de bem viver. Porque tudo é construído com muita sensibilidade e todos os elementos se conjugam para compor uma linda sinfonia do que é belo e desejável, descortinando muita empatia e emoção, principalmente nas cenas finais. Um dos pequenos tesouros escondidos na Prime. 9,0