PASSADO PERDIDO (THESE WILDER YEARS – 1956)

O título original, como de costume, diz bastante: “Esses anos mais selvagens”. E o adotado no Brasil, também como de praxe, é bastante pobre e desnecessariamente elucidativo. Aqui não se trata de um daqueles filmes marcantes, nem nada, mas de um drama que envolve uma questão social relevante e que tem alguns agradáveis momentos, graças a alguns acertos do roteiro e principalmente à categoria e naturalidade da grande Barbara Stanwyck (“Pacto de sangue”, “As três noites de Eva”, as séries “Big Valley” e “Pássaros feridos”). Merece destaque também a breve mas importante e cativante participação do veterano ator Walter Pidgeon (“Como era verde meu vale”, “Rosa de esperança”). Já James Cagney ficou famoso a partir de “Inimigo público” (1931), tendo também experimentado o sucesso em “Anjos da cara suja” sete anos depois e criou realmente um tipo; mas, a despeito de ser experiente e esforçado, dá a impressão em muitos instantes de forçar o drama ou os trejeitos e expressões faciais, algo que não soa muito natural. Quanto à bonita e jovem atriz Betty Lou Keim (que fez papel de uma garota de 16 anos, quanto tinha na verdade 18), não teve uma carreira relevante no cinema. Tampouco o diretor Roy Rowland teve uma carreira de relevo. Em suma, não há aqui uma maior complexidade ou especial criatividade, sendo apenas uma boa história envolvendo pessoas e sentimentos e que atrai por sua sinceridade e pelo tema, além, é claro, pela atuação sempre especial e magnética de Stanwyck.  8,5

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