O PRÓPRIO ENTERRO (THE BURIAL)
Ah, esses “tradutores de títulos de filmes!! Não poderiam deixar simplesmente o título original “O enterro”, que é o mais apropriado? Têm que tratar o público como idiota e ignorante? Mas deixemos de lado esse pessoal…Este é um drama em tons leves, dirigido pela praticamente desconhecida Maggie Betts, porém com alguns momentos intensos em razão de sua temática (principalmente nos “embates” jurídicos). O roteiro lembra o de diversas produções, portanto não sendo exatamente original. Entretanto, existem alguns diferenciais na história e mesmo nos momentos de tribunal, que nos prendem à história e nos mantêm interessados até o final, quando descobrimos que o enredo se baseia em fatos reais: (atenção: adiante pode ser um “spoiler”) como de costume, com os créditos finais aparecem algumas imagens e o destino das coisas e dos personagens. Esse “spoiler” que não é na verdade um estraga-prazeres na intenção, destina-se apenas a tornar ainda mais saborosa a degustação do filme, antecipando um aspecto que provavelmente já é previamente conhecido de que vai ver o filme. Entretanto, não são somente alguns elementos dessa história algo batida na essência que tornam o filme muito bom: o fato mais relevante é a performance do elenco – e, consequentemente, a direção de atores/atrizes. Tommy Lee Jones faz um papel bem diferente do seu trivial e muito bem (dono de funerárias, eis a razão do título), na verdade pode-se dizer que está impecável. Mas as atrizes que fazem a esposa dele, a esposa do protagonista, alguns advogados, Bill Camp (Loewen) e mesmo um ou outro personagem que participa do filme brevemente, todos formam uma bela harmonia interpretativa. Todavia, ninguém brilha com a intensidade do ator Jamie Foxx, que dá uma aula de interpretação, tendo inclusive grandes chances de ser indicado no Oscar 2024. A atuação dele é realmente memorável. Poderão alguns dizer que ele é “irmão” e, portanto, mais afeito às “lides” afins…para estes, entretanto, recomendo ver outros filmes em que Jamie atua, como “Ray”, “Django livre” e “Colateral”, por exemplo, e comparar os desempenhos, para chegar à conclusão sobre o grande ator de que se trata. Em suma, um filme que vale a pena e que inclusive em alguns momentos pode se tornar imprevisível, acentuando o suspense. Prime Vídeo. 8,8