O PIANISTA
Um filme memorável sobre fatos da Segunda Guerra, focando na ocupação da Polônia e mostrando as atrocidades dos nazistas contra os poloneses, principalmente contra os judeus, provavelmente com a melhor interpretação da carreira do ator Adrien Brody e um dos grandes sucessos também do polêmico diretor Roman Polanski (O bebê de Rosemary, Chinatown, O inquilino, Lua de fel). Tanto que ambos ganharam os respectivos Oscar 2003, de Melhor ator e Melhor diretor – além desses, o filme também ganhou como Melhor roteiro adaptado. Fora do Oscar e tendo também sido premiado em festivais poloneses, no Globo de Ouro, no Bafta e no Goya, foi vencedor em diversas categorias no Cesar, Oscar francês: filme, diretor, ator, fotografia, música, som e direção de arte. Realmente um filme maravilhoso, embora doloroso, pelos temas dramáticos que aborda, fazendo o espectador mergulhar aos poucos, junto com seu protagonista, nos horrores da guerra, com enfoque principal na barbárie (assassinatos e crueldade), nas perdas, no medo, na sede e na fome. Foi inspirado em um personagem real e nos choca com muitas cenas marcantes e pelo menos uma inesquecível: a do piano, quase ao final do filme. O filme vai atingindo lenta e progressivamente nosso emocional e inclusive nos traz o pensamento recorrente sobre se realmente toda aquela insanidade e covardia efetivamente aconteceu, se existiram mesmo tamanhas barbaridades contra os seres humanos, incluindo o absurdo da criação do Gueto de Varsóvia…até que olhamos para o lado e vemos acontecendo em pleno 2022 as atrocidades praticadas pelos russos sob o comando de Putin. Russos que paradoxalmente foram os primeiros a libertar a Polônia dos nazistas. Um filme triste, pungente, mas extremamente bem feito e que retrata momentos que deveriam ser esquecidos da história da humanidade, mas que infelizmente fazem parte dos ciclos das guerras que se repetem em virtude da manifestação do lado mais sombrio e perverso dos homens, que revela todo o seu lado animal, na ânsia do poder e da satisfação de sua vaidade. 9,2