O JUIZ
O filme começa com um meio tom de comédia e seriedade, mas logo se define como drama, embora apresente alguns cacoetes de comédia, mais por conta da canastrice de Robert Downey Jr. (indomável para ele) e até de Billy Bob Thornton. Mas em poucas cenas, felizmente: foram alguns “tiques” apenas, pois no geral Robert aqui fez bem um papel difícil e Billy cumpriu o dever de casa, no fácil desempenho de promotor (nada de novo no front). Mas quem realmente cumpre com méritos a obrigação é o brilhante Robert Duvall, seguramente em um dos melhores papéis de sua carreira. Embora o personagem de Robert Downwy Jr. tenha que se desdobrar para encontrar o tom certo desse estudo profundo de relações familiares, o de Duvall aparece desde logo como uma força viva, inexpugnável, dando todas as nuances de um filme denso, difícil, mas de grande qualidade cinematográfica. Ele faz o filme, na minha opinião. Atuam também Vera Farmiga e Vincent D´Onofrio e o diretor é David Dobkin. Um drama onde tantos fatos acontecem e se entrelaçam – muitos ao mesmo tempo -, que por vezes parece se diluir e perder um pouco o foco e a força. Mas felizmente isso não ocorre a ponto de contaminar a linha principal da história e no geral acabamos tendo/vendo algo emocionante, rico e que nos faz viajar por inúmeros caminhos da própria vida, alguns belos e claros, outros tristes e sombrios. Muito interessantes o confronto “juiz” x “advogado” e as questões relacionadas com a ética. O filme foi selecionado para o Festival de Toronto 2014. 8,7