NÚMERO 24
Existem filmes que contam uma história de maneira magistral, sem excessos (enxuta), desenvolvendo o roteiro com rara maestria e tendo todos os seus elementos perfeitamente harmonizados/alinhados: a direção – aqui de John Andreas Andersen – a edição e as belas atuações de todo o elenco, a trilha sonora (com momentos marcantes), a fotografia (destacando algumas belíssimas paisagens), o som etc. São produções que figuram entre as melhores de seu gênero e que poderiam tranquilamente ganhar um Oscar ou outros expressivos prêmios nos mais diversos festivais de cinema pelo mundo. Este é um desses filmes e seu tema, forte e palpitante, é a resistência norueguesa contra a ocupação alemã na segunda guerra mundial, após 1940: em outras palavras, a luta pela liberdade. Mas se trata de uma obra diferenciada e seu ritmo e contexto o tornam extremamente interessante e atraente, inclusive por se despir de rebuscamentos desnecessários, futilidades e ficar longe das armadilhas dos clichês. O espectador fica efetivamente refém da história e tem ainda ao longo do filme algumas surpresas, principalmente em sua parte final, quando esta produção norueguesa se torna ainda mais pungente e tocante, acabando por confirmar nossa percepção, no sentido de ser, além de tudo, um poderoso retrato de parte da história fundamental da Noruega e da Segunda Grande Guerra. Daquelas obras que beiram a perfeição, notadamente para os apreciadores do gênero. Netflix. 9,4