LONGE DOS HOMENS (LOIN DES HOMMES – FAR FROM MEN)
Livremente adaptado de obra de Camus, o roteiro deste drama francês mostra a solidão da guerra, como ela torna os homens perdidos, sem pátria, condenados a talvez não poder cumprir a missão a que vieram. A civilização parece um sonho distante, banhado por um feixe de luz…O filme é lento, profundo, poético e se passa na Argélia em 1954. Se a locação não é na própria Argélia, o mérito é da produção, porque efetivamente parece: grande desertos pedregosos, pequenas aldeias separadas a grandes distâncias por montanhas e planícies e tensão no ar: tempos de pré-independência, pois a Argélia ainda pertencia à França. Esse cenário destaca o vazio, junto com a trilha sonora. O ótimo ator Viggo Mortensen é quem protagoniza o filme, fazendo o papel de um professor e que em determinado momento do filme questiona com seu improvável amigo: “para os árabes nós somos franceses e para os franceses nós somos árabes”…Interessante obra, mais para quem gosta de filmes de arte, contemplativos, com pouca ação e muito significado nas reticências. David Oelhoffen foi indicado ao prêmio de Melhor Diretor no Festival de Veneza 2014. 7,7